Uma das mulheres que morreu no acidente aéreo desta quarta-feira, em Madri, salvou a vida de sua filha, de 11 anos, ao entregá-la a um bombeiro quando as duas ainda estavam em seus assentos, entre os escombros do avião acidentado.
O bombeiro, Francisco Martínez, relatou nesta quinta-feira como recuperou a menina, depois que a mãe a entregou, em uma tentativa de salvá-la.
A mãe, Amalia Filloy, procedente da Fregenada (Salamanca, centro da Espanha), morreu junto com outra filha de 14 anos. Seu marido, José Alonso, e María, de 11 anos, se recuperam em um hospital de Madri, onde permanecem internados.
Francisco Martínez confessou, em declarações aos meios de comunicação, que continua "muito impressionado" com a tragédia e que está recebendo atendimento psicológico.
O bombeiro afirmou ainda que tinha recuperado com vida outras duas crianças e que gostaria de visitar María para lhe contar que sua mãe tinha salvado sua vida, mas foi impedido pelos médicos por não ser um parente das vítimas.
Identificação das vítimas
O processo de identificação de vítimas prosseguia a nesta quinta-feira, um dia depois do acidente com um avião no aeroporto Barajas, em Madri, ter deixado 153 mortos e 19 feridos. O avião, um MD-82 da companhia espanhola Spanair em fase de decolagem, pegou fogo ao cair.
Médicos legistas já identificaram, segundo a imprensa espanhola, 41 vítimas do acidente aéreo. O restante das vítimas será identificadas por meio de impressões digitais ou exames de DNA.
Nesta quinta-feira, a ministra espanhola do Desenvolvimento, Magdalena Alvarez, afirmou que serão necessários dois dias para identificar todos os corpos dos 153 mortos no acidente. "Até agora, estão sendo identificados pelas impressões [digitais]. Alguns casos precisarão de exames de DNA", afirmou Alvarez.
Investigação
Uma comissão formada por sete técnicos já começou o trabalho de investigação oficial do acidente, informaram fontes do Ministério de Infra-Estrutura espanhol. Apesar do início dos trabalhos, as primeiras conclusões só deverão aparecer após algumas semanas "ou até meses".
Hoje, os bombeiros voltaram a rastrear o local onde caiu o avião, reviraram e movimentaram partes da fuselagem da aeronave para localizar restos das pessoas ainda desaparecidas.
Fonte: Folha Online