Receita avalia que economia brasileira tem bons
fundamentos e fim de desonerações deve elevar pagamento de impostos
A Receita Federal projeta que a arrecadação de tributos
terá resultados melhores em 2016 em comparação a este ano, indicando chances de
que a economia brasileira mostre recuperação rápida em ambiente político de
menor incerteza. A avaliação foi feita nesta quarta-feira (22) pelo chefe do
Centro de Estudos Tributários da Receita Federal, Claudemir Malaquias, que
disse acreditar que os investidores continuam apostando fichas nos fundamentos
econômicos do Brasil. “À medida em que a gente tiver um cenário político mais
definido, claro e tranquilo, teremos condições de resgatar a atividade
econômica rapidamente”, disse. “O Brasil tem chamado interesse por parte de
diversos investidores estrangeiros. Tivemos o rebaixamento, e o País não foi
para a UTI”, comentou.
O rebaixamento a que ele se refere foi a perda do grau de
investimento do Brasil por parte de duas agências internacionais de
classificação de risco. Após esse fato, o Brasil não passou por uma fuga de
capitais externos, ou seja, os investimentos externos feitos no País foram
mantidos. “A economia tem seus fundamentos. E a decisão de investir está
atrelada à realidade e o Brasil tem ainda base para recuperar a atividade
econômica”, acrescentou. Ao ressaltar a capacidade de recuperação rápida, ele
disse que isso dependerá da melhora do nível de confiança das famílias e das
empresas. Menos receosas, famílias e empresas podem consumir mais e aumentar
investimentos, ajudando a girar a roda da economia.
Caixa mais forte
A avaliação da Receita Federal de melhores resultados da
arrecadação no ano que vem está sendo feita com base na expectativa de que em
2016 as empresas irão recolher mais tributos devido à redução das desonerações.
As desonerações são benefícios tributários que diminuem o caixa do governo.
Quando esses benefícios são reduzidos, as empresas recolhem mais impostos e
contribuições ajudando a melhorar a arrecadação.
Resultados de 2015
Em 2015, a arrecadação de tributos deverá registrar queda
real (descontada a inflação) em torno de 4% devido aos efeitos da baixa
lucratividade das empresas pelo fraco nível de atividade. Com ganhos menores,
as empresas recolhem menos impostos. Pesa também nesses resultados a grande
perda que o governo está tendo com as desonerações. De janeiro a novembro essa renúncia
de tributos foi de R$ 95,4 bilhões.
Com esses resultados em 11 meses, essa renúncia vai
superar R$ 100 bilhões em todo este ano. Em se tratando dos resultados
específicos de novembro, a arrecadação de tributos foi de R$ 95,5 bilhões, com
queda real de 17% em comparação a novembro do ano passado. A retração foi
influenciada por baixa lucratividade das empresas e altas desonerações. Com
informações da Secretaria Geral da Presidência da República. Notícias ao Minuto