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31/05/2007 00:00:00

Seqüestro


Seqüestro

Aproximavam-se das 11h30 da manhã desta quinta-feira, dia 31 de maio, quando terminou o drama vivido pela ex-prefeita de São Sebastião, Helena Lisboa, o universitário Cícero Jânio e a professora

Rita de Cássia. Eles foram seqüestrados aleatoriamente pelo bando de José Ronaldo, o Nal, e estavam sendo mantidos em cativeiro, na cidade de Palmeira dos Índios.

A residência alugada para manter as vítimas foi descoberta na noite de ontem. Dois outros reféns – Claudicéia dos Santos (amiga da ex-prefeita) e José Fábio Cavalcante (tio de Jânio) – foram liberados ainda na madrugada de ontem. No entanto, para as demais vítimas, o suplício durou cerca de 16 horas, sob a mira de pistolas 380 e o clima de tensão que rondava as negociações.

Na casa, estavam – além dos cinco reféns – dois seqüestradores: Nal e Adailton Vieira da Silva, o Júnior. Este último foi morto, durante a noite de ontem, em conflito com os militares. O cerco ao cativeiro se iniciou por volta das 19 horas. Júnior foi baleado ainda dentro da residência. Nal liberou o refém José Fábio Cavalcante, para que este arrastasse o corpo do seqüestrador morto até a calçada da casa.

Já Claudicéia dos Santos aproveitou um descuido de Nal e conseguiu sair da casa e ser socorrida pelos policiais. Os dois primeiros reféns liberados foram socorridos por unidades de resgate do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levados para a unidade hospitalar local. O mesmo ocorreu com os reféns liberados no fim da manhã de hoje, só que horas depois.

As vítimas apresentaram sinais de cansaço. Saíram escoltadas por policiais e a imprensa não pôde se aproximar do local, devido ao cordão de isolamento montado pela Polícia Militar de Alagoas. No entanto, eram visíveis as lágrimas nos olhos dos reféns, que saíram da casa sob aplausos dos curiosos que se amontoaram no local.

A ação das polícias foi acompanhada de perto – a pedido dos assaltantes – por representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil. No princípio das negociações – feitas pela pequena janela de uma casa vizinha – Nal teria pedido um carro para fugir. Mas foi convencido a abortar a idéia e se entregar.

Conforme o representante da OAB, Gilberto Irineu, o seqüestrador resolveu deixar o cativeiro após ficar acertado que ele seria levado direto para o Presídio Baldomero Cavalcante, em Maceió, onde seria ouvido pela Polícia Civil com a presença de um advogado e de promotores do Ministério Público de Alagoas.

A namorada de Nal, Jaqueline Veiga, também foi presa. Ela foi chamada para tentar ajudar nas negociações, entrou dentro da residência, mas logo em seguida, a Polícia Civil de Alagoas descobriu que ela também era uma das comparsas do bando. Jaqueline foi detida e trazida para Maceió. Assim que Nal e Jaqueline Veiga saíram de dentro do cativeiro, a população tentou linchá-los, mas foram rapidamente contidos pela Polícia Militar de Alagoas.

Com o seqüestrador preso em Palmeira dos Índios, os policiais encontraram duas pistolas 380 e dois celulares. Uma das armas pertencia ao criminoso Júnior. Ao ver o comparsa morto, Nal pegou a pistola para si.

Uma multidão se amontoou nos arredores da casa nas últimas horas. O que significava uma preocupação extra para os quase cem homens da segurança pública de Alagoas que foram deslocados para o local. As negociações – capitaneadas pelo delegado Cícero Rocha – contou com o apoio logístico de agentes da Polícia Civil de Alagoas, do Tático Integrado Grupo de Resgate, policiais militares e homens da Polícia Rodoviária Federal de Alagoas.

Ação paralela

Paralelo às ações em Palmeira dos Índios, em Maceió, a Polícia Civil trabalhava na prisão de mais três pessoas acusadas de envolvimento no seqüestro. Um deles morreu em confronto com os agentes: Claudemir Alves dos Santos, o Marcos Capeta. Os outros dois – Antônio Marcos, o Tonho Preto e Pernambucano – foram detidos no bairro do Jacintinho.

A quadrilha realizou – nos últimos dias – três ações distintas que resultaram no seqüestro das cinco pessoas. Primeiro foram seqüestrados tio e sobrinho, em Arapiraca. Em seguida, o bando conseguiu seqüestrar a ex-prefeita de São Sebastião, Helena Lisboa, juntamente com a amiga, na cidade de São Sebastião. A terceira ação criminosa foi em Campo Alegre, quando foi seqüestrada a professora de dança Rita de Cássia, que foi levada da porta de sua residência.

Fonte - www.alagoas24horas.com.br



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