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03/06/2008 00:00:00

Saúde


Saúde

Rogério Tuma da Revista Capital

 

Com o financiamento de novas linhas de pesquisa pelos institutos de saúde americanos do NIH, novos tratamentos para dependentes de drogas e álcool chegarão, em pouco tempo, ao mercado farmacêutico. Um estudo feito por Scott Hemby e outros integrantes da Faculdade de Medicina da Wake Forest University identificou as mudanças nas quantidades e atividades das proteínas cerebrais em usuários crônicos de cocaína. Utilizando uma tecnologia de último tipo, os cientistas conseguiram identificar e medir a quantidade e a atividade de todas as proteínas em cérebros de macacos viciados e compararam os resultados com os de cérebros de macacos que nunca tiveram contato com a droga. 

As proteínas no sistema nervoso constroem estruturas duradouras e, portanto, mudanças no proteoma são mudanças a longo prazo, de difícil reversão. De acordo com Nilesh Tannu, um dos autores do estudo, as alterações ocorrem em nível estrutural, metabólico e de neurotransmissão, algo que torna improvável a volta do cérebro a seu estado original, mesmo interrompido o uso da droga. Tal descoberta pode explicar o alto índice de recaídas que viciados em cocaína sofrem. 

O estudo foi publicado na terça-feira 27 no Journal of Molecular Psychiatry. Os autores pretendem, a partir de agora, estudar drogas novas, que sejam capazes de acelerar o processo de reversão do cérebro ao estado original ou protejam o cérebro de tais mudanças. O trabalho pode ser visto também como um aviso aos usuários esporádicos de cocaína, que não se consideram viciados, pois comprova-se que a droga, seja qual for a freqüência do uso, provoca mudanças progressivas no cérebro e, inevitavelmente, acabam gerando a dependência química. 

Em outro estudo, Marisa Roberto, pesquisadora do Instituto Scripps, em La Jolla (Califórnia), associada a investigadores da Universidade do Texas em El Paso, descobriu que a gabapentina – um anticonvulsivante também usado para controle da dor – consegue normalizar a ação de neurônios localizados em uma região do cérebro chamada amígdala central. A amígdala é a região cerebral associada aos comportamentos gerados pelo estresse ou medo e exerce também um importante papel na dependência do álcool. 

No estudo publicado na revista The Journal of Neuroscience, em 28 de maio, os cientistas demonstraram que a gabapentina reduziu substancialmente o consumo de álcool em ratos alcoólatras. A gabapentina já é utilizada no tratamento do alcoolismo, mas no período de desintoxicação da droga, para melhorar os sintomas de ansiedade. O mecanismo de ação da droga não é totalmente conhecido, mas, mesmo assim, o Instituto Scripps iniciou estudos para avaliar sua eficácia no tratamento curativo para a dependência do álcool. 

O problema é a sobrancelha 
Muito mais do que o próprio estado de humor, o olhar cansado ou irado depende do contorno e da posição da sobrancelha, da pálpebra e da presença de ruga. É isso que afirma um artigo publicado na Revista Americana de Cirurgia Plástica e Reparadora, da Associação Americana de Cirurgia Plástica. Segundo o autor principal do artigo, o dr. John Persing, muitos pacientes solicitam cirurgias plásticas, pois são freqüentemente questionados por parecerem cansados, sem que se sintam assim. 

Vinte voluntários receberam 16 fotos modificadas de pessoas e foram orientados a graduar a presença nas faces de: cansaço, surpresa, raiva, tristeza, desgosto e medo. A sobrancelha foi, de longe, a que mais exerceu influência na avaliação do estado de humor de uma pessoa a partir da foto. 

O cansaço era identificado pela queda palpebral. O curioso é que, mesmo depois de uma cirurgia plástica que retire a pele em excesso da pálpebra, mas não corrige a queda palpebral, o aspecto de tristeza continua. Raiva e desgosto ficam óbvios quando as sobrancelhas se juntam ou seus cantos internos ficam mais baixos. A expressão de surpresa tende a aparecer com a elevação das sobrancelhas e, a de medo, quando apenas as porções laterais sobem. Para parecer feliz, é preciso ter pés-de-galinha e levantar as pálpebras inferiores, algo impossível de se fazer voluntariamente. 

Ou seja, a primeira impressão pode não passar de mera estética. Alguém “mal-encarado” talvez seja dócil e de fácil relacionamento. A falsa percepção das pessoas de como nos sentimos pode fazer com que compreendam de modo diferente nosso discurso. Quem esquecerá a face demoníaca do então senador Jader Barbalho depois do Botox? Mexer na sobrancelha pode ser uma boa, ou uma péssima, para alguns homens públicos. 

(Crédito da foto: Imageplus)

 



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