União dos Palmares

Antonio Aragão

No ultimo dia 13 de maio quando foi comemorado o dia da Abolição da Escravatura, apenas três carros que conduziam onze pessoas visitaram a histórica Serra da Barriga que serviu de refugio aos Negros Africanos escravizados pela monarquia no final do século XVI, embora no platô do elevado de mais de 400 metros de altitude exista uma infra-estrutura para receber turistas. Um restaurante, casa de farinha, loja de artesanato, salão para a prática de capoeira, vários mirantes, ocas, uma delas em forma de atalaia, (posto de observação) e diversos “pontos” que contam e cantam as histórias e lutas dos negros em busca da liberdade e uma de atrativa vista panorâmica do Vale do Mundaú, cujas réplicas remontam em suas características ao tempo dos escravos, e que ninguém sabe explicar por que ainda não estão funcionando.

No dia 20 de novembro de 2007, quando foi comemorado mais um aniversário da morte do líder Zumbí dos Palmares que comandou da Serra da Barriga uma “nação” de refugiados com mais de 25 mil negros espalhados por toda região norte de Alagoas que tinham a seu favor a serra ainda hoje considerada um posto de observação privilegiado, era distante do mar onde estavam as tropas repressoras (Recife), além do difícil acesso, foi inaugurado o Memorial Zumbí dos Palmares, evento que contou com a presença do Ministro da Cultura Gilberto Gil, dezenas de entidades negras, e autoridades de todas as regiões do país.

No mês de fevereiro deste ano (2008), um incêndio criminoso devastou quase vinte hectares da flora e fauna nativas que já se encontram bastante desgastadas com a ação de grileiros, além de haver sido totalmente esquecido pelos idealizadores do parque, o acesso viário a Serra (no inverno fica inacessível a carros e ônibus) que dista cerca de seis quilômetros do centro comercial de União dos Palmares, que por sua vez é interligado a BR-104 em ótimo estado de conservação, num trecho compreendido de 75 quilômetros de Maceió e menos de 60 do Aeroporto Campo dos Palmares, na cidade de Rio Largo.

Segundo informações, para a constução do Parque Memorial Zumbí, o governo federal investiu dois milhões de reais, porém, se não houver providencias em caráter emergencial para a conservação, em pouco tempo, exposto as intempéries e ao descaso administrativo, igual quantia poderá ser novamente gasta desta vez para sua restauração, pois a casa de farinha a exemplo das demais construções já apresentam rachaduras em função do pleno estado de abandono a que estão submetidos, a exemplo dos outros prédios que poderiam ser divulgados e tornarem-se a redenção econômica da região com sua divulgação e exploração do turismo.