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Há quem diga que o relato sobre a vida de São Jorge trata-se de um mito sem fontes históricas. Ainda assim, é inegável a popularidade do santo guerreiro, reconhecido pela coragem, e festejado nesta quarta-feira (23)

Ele é tema de músicas de cantores como Caetano Veloso, Zeca Pagodinho, Zeca Baleiro, Jorge Ben, entre outros, e um dos santos que mais devotos tem no Brasil, além de ser patrono da Inglaterra, da Catalunha e de Portugal. No Rio de Janeiro e em Ilhéus (BA), seu dia é celebrado com feriado, mas muito se especula sobre sua verdadeira história.

Segundo o padre Carlos Gustavo Haas, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao contrário do que dizem alguns especialistas, a Igreja reconhece São Jorge como santo, mas, desde 1969, quando o calendário litúrgico católico foi reformulado, São Jorge não está mais no calendário oficial e universal das comemorações da Igreja.

“Nessa reforma, o período da Páscoa foi valorizado e poucos santos que tinham seus dias comemorados nessa época foram mantidos no calendário”, diz Haas ao G1. Outro motivo foi a falta de relatos oficiais sobre a vida do guerreiro. “São Jorge é um dos santos mais antigos de que se tem notícia e, como não temos toda a documentação da história desse santo, preferiu-se tirá-lo do calendário”, explica.

Para a Igreja Católica, segundo relatos dos Atos do Martírio de São Jorge, escritos no século 6, o guerreiro romano teria sido perseguido, torturado e decapitado no início do século 4, por se negar a fazer sacrifícios aos deuses romanos. “Em sua origem, ele era um guerreiro que lutava pela justiça, pela verdade e por coisas boas e foi perseguido e morto por ser cristão. A simbologia da luta com o dragão surgiu na Idade Média e é como uma expressão de linguagem mais forte, porque o dragão é o símbolo do mal, do demônio”, diz Haas.

Ainda de acordo com Haas, a Igreja nunca divulgou qualquer batalha de São Jorge com um dragão nem a defesa de uma donzela, bem como outras lendas que relacionam São Jorge com a Lua e que fazem parte da crença popular em algumas regiões do país

Padroeiro dos escoteiros no Brasil e do Sport Club Corinthians Paulista pela fidelidade com que defendeu sua fé cristã, São Jorge é, além de um dos santos mais antigos do culto cristão, muito popular entre os brasileiros.

Para o cantor Zeca Pagodinho, que é devoto de São Jorge desde a adolescência, o santo representa força e proteção. “Minha devoção por São Jorge começou por sua relação com a cultura do samba e com o subúrbio”, diz ao G1.

Segundo ele, a melhor forma de comemorar o dia de São Jorge é festejar com os amigos, e isso já se tornou uma tradição para o cantor. Esse ano, Zeca Pagodinho vai passar o dia de São Jorge com os amigos mais próximos em um churrasco para celebrar a data.
                                                            

"Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos.

Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete, meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós.

Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

São Jorge Rogai por Nós."

com G1