Os corpos das vítimas de violência em Alagoas ainda não foram liberados pelo Instituto Médico Legal (IML). Revoltados com a situação, os familiares invadiram a sede do órgão no início da tarde deste sábado, 23 e quebraram vidraças, equipamentos eletrônicos e materiais de escritório.
Devido a confusão, três pessoas chegaram a ser detidas, mas foram liberadas por falta de provas no envolvimento na depredação do patrimônio público.
No IML, o clima é de desespero. Os parentes dos mortos se dizem humilhados com o fato de não conseguirem enterrar seus entes queridos.
Familiares do jovem Max Nilson, assassinado a tiros no bairro do Jacintinho, contaram ao Alagoas 24 Horas que esperam pela liberação do corpo há quatro dias.
"Ele foi morto na terça-feira, 19, às 23h. O corpo só foi recolhido às 3 h da quarta-feira. Esperamos pela liberação durante todo o dia, mas não aconteceu e na quinta- feira os médicos legistas deram início a greve. Estamos na sede do IML durante todos estes dias esperando pela liberação do corpo. Isso é desumano e desrespeitoso", afirmou o pai da vítima - que não quis ter o nome revelado.
Parentes de José Everaldo - vítima de infarto - também demonstram a revolta com a situação. "Ele morreu no Hospital Geral do Estado (HGE) na manhã de quinta-feira, mas o corpo só foi recolhido às 17h. Estamos há mais de 24 horas sem ir em casa e esperamos por respostas. Queremos apenas realizar seu sepultamento", disse a sobrinha de Everaldo.
Reunião
Na tarde de sexta-feira, 22, o diretor do IML, Luiz Mansur, e o Governo de Alagoas estiveram reunidos para discutir a situação dos médicos legistas.
Segundo Mansur, apesar dos esforços, a reunião não resultou em evolução no tocante à paralisação da categoria e a única providência tomada foi a aprovação do aluguel de uma câmara de frigorífico para a conservação dos corpos que derem entrada no Instituto.