Famíliares realizam protesto pela liberação de corpos no IML de Maceió

Os familiares que aguardam, desde a manhã desta sexta-feira, 22, a liberação de corpos no Instituto Médico Legal (IML) desistiram de esperar um posicionamento do órgão e bloquearam uma das avenidas mais movimentadas de Maceió, a Siqueira Campos, no final da tarde para chamar a atenção das autoridades. Apesar de entender o motivo da greve dos médicos legistas, os familiares se sentem humilhados com o fato de não conseguirem enterrar seus entes queridos.

Os familiares decidiram bloquear a Avenida Siqueira Campos por volta das 17h usando seus carros, motos e até bicicletas e até às 18h30 o trânsito continuava parado nos dois sentidos, sem previsão para ser liberado.

Os manifestantes seguravam cartazes pedindo a presença da Comissão de Direitos Humanos e pedindo respeito diante da situação. Eles informaram que o diretor do IML, Luiz Mansur, saiu às 11h para uma reunião com o governador Teotonio Vilela Filho e se comprometeu em voltar com uma resposta, mas, até o final da tarde ainda não havia retornado.

Um dos manifestantes, Marcos Araújo, contou à reportagem que espera a liberação do corpo do tio há mais de 24 horas. A vítima foi morta a tiros no Conjunto Village Campestre, segundo a polícia, vítima de latrocínio quando retornava do trabalho.

"A humilhação da família começou ainda no local do crime, pois o meu tio morreu às 16h e o corpo só foi recolhido às 20h. Não queremos confusão com o Governo e nem causar transtornos à sociedade. Nós perdemos nossos entes queridos e além da perda ainda temos que lidar com esse tipo de humilhação. Estamos aqui para fazer valer nossos direitos", afirmou Araújo.

Segundo informações dos manifestantes, o protesto não tem hora para terminar. Caso não tenham respostas do Governo ainda hoje, o grupo deve se reunir em frente ao IML, no Prado, para articular novos protestos para este sábado, 23. Eles dizem que pretendem radicalizar, mas não adiantaram detalhes do movimento.

"Até o momento nenhum corpo foi liberado. Estamos tentando manter a calma e pedir paciência a população", disse Marcos Araújo.

O trânsito nos bairros do Trapiche e do Prado é considerado caótico. Estão no local da manifestação, policiais do BPTran e RP.