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15/01/2008 00:00:00

Interior


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Ver o mundo passando pela janela de um trem e aproveitar o percurso para colocar a conversa em dia. O aposentado Carlos Azevedo, de 71 anos, visita a Estação Ferroviária de Palmeira dos Índios e relembra os bons tempos em que passeava nos vagões de trêm em direção às cidades do interior do Estado. Emocionado, ele olha para os trilhos e faz uma retrospectiva da época em que as pessoas se deslocavam nas marias-fumaça embaladas ao balanço dos trens.
“O passeio era especial, principalmente por causa da paisagem. Agente esperava a semana toda por isso”, conta Azevedo. Não eram apenas as paisagens que encantavam o aposentado que diz que o serviço de trem ajudava as pessoas que não tinham condições de pagar um transporte coletivo.
Com a reativação da linha férrea pela Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), o aposentado poderá voltar a andar de trem. A Companhia Siderúrgica Nacional, empresa privada que controla a CFN, está investindo R$ 120 milhões para reativar os 576 quilômetros entre Propriá (SE) e a Cidade do Cabo (PE). Somente em Alagoas serão recuperados 330 quilômetros, o que beneficia 17 municípios do Estado.
Segundo o diretor-presidente da companhia, Tufi Daher Filho, serão investidos, inicialmente, recursos da ordem de R$ 80 milhões. O trecho em Alagoas corresponde a 384 km e tem início no município de São José da Laje, até Porto Real do Colégio.

O trabalho para recuperação na malha começou em dezembro do ano passado. Inicialmente foi feita uma limpeza nos trilhos e na área que fica próxima aos trilhos. Para isso, cerca de 150 pessoas foram contratadas através de empresas prestadoras de serviço. Atualmente, os trabalhadores estão realizando a troca das madeiras e lastros.
De acordo com o engenheiro da CFN, José Morais Neto, a liberação do tráfego já deverá ser feita a partir do início de 2009. Ele explicou que uma das dificuldades para a realização do trabalho é a quantidade de lixo que é depositada nos trilhos. “Fazemos a limpeza da área e alguns dias depois o lixo já está de volta”, afirma, ao explicar que o acumulo de lixo prejudica a passagem dos vagões.
O prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (PMDB), declarou que vai ser formada uma comissão para estudar estratégias de educação ambiental para que população saiba os danos que podem ser causados com o lixo.
Como a linha ficou desativada durante muitos anos, surgiram muitas construções ao longo da linha. Morais informou que as casas que estiverem na faixa de domínio, que é de 15 metros dos trilhos, terão que ser removidas. Ele só não soube informar se as pessoas despejadas serão indenizadas.

com o jornal-al

 



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