Interior

As estatísticas quanto ao número de mortes de trabalhadores rurais poderiam ter aumentado recentemente. O fato é que trabalhadores do acampamento Pedra Redonda, ligados a Comissão Pastoral da Terra (CPT) foram vítimas de abuso de autoridade por parte de um policial militar do município de São José da Lage, Região da Zona da Mata alagoana.

De acordo com relatos do coordenador da Região, Jailson Tenório, uma discussão quase levou a morte do trabalhador Carlos Roberto Feliciano, conhecido como Café.

“O fato aconteceu no dia 30 de dezembro do ano passado no acampamento Pedra Redonda. Um policial militar, que é chefe da guarda municipal de São José da Lage foi buscar um bode que ganhou de morador da fazenda e no caminho encontrou dois trabalhadores, ‘Café’ e uma senhora. Sem grandes motivos, ele começou a insultar os dois e chegou a fazer ameaças aos trabalhadores do acampamento, caso aparecessem na cidade”, contou.

Ainda segundo Jailson, os dois acabaram trocando insultos, o que culminou na agressão ao trabalhador. “Depois de discutir, o policial deu um murro no trabalhador e apontou sua arma afirmando que ia lhe matar. O trabalhador só não morreu porque estava com o filho pequeno no braço, como o próprio policial deixou claro”, continuou o coordenador.

A discussão terminou em ameaças. Antes de ir embora, entretanto, Jailson disse que o policial entrou em um barraco, pegou duas facas e afirmou que afirmou que iria procurar um coordenador do movimento para reclamar da atitude do trabalhador. “Foi exatamente isso que ele fez. Procurou um companheiro nosso na cidade e contou que foi ameaçado de morte pelo trabalhador e levou as facas como prova do crime”, concluiu.

Na manhã desta sexta-feira, os trabalhadores procuraram o Conselho Estadual de Direitos Humanos para denunciar o agressor, temendo futuros problemas na Região, com o acusado, conhecido apenas como ‘Mão’. De acordo com o conselheiro Everaldo Patriota, após os depoimentos, a denúncia será encaminhada ao Tribunal de Justiça, Corregedoria da Polícia Militar e ao governo do Estado.

com alagoas24horas.com.br // danielle silva