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Polícia
21/04/2012 17:22:52

Delegado detalha rota do tráfico de drogas em Alagoas


Delegado detalha rota do tráfico de drogas em Alagoas
Delegado Ronilson Medeiros

As constantes apreensões de pasta-base de cocaína em Alagoas acenderam a luz de alerta na polícia alagoana. Para desvendar a rota do tráfico no Estado e revelar o que a polícia vem fazendo para combater esse tipo de crime – responsável por cerca de 95% dos homicídios na terra em que mais se mata no Brasil –, o Tudo na Hora conversou com o delegado responsável pelo combate ao narcotráfico, Ronilson Medeiros.

 

Chefe de uma equipe de pouco mais de 15 policiais, mas com a responsabilidade de presidir centenas de inquéritos por tráfico, Medeiros tem pouco menos de 10 anos na Polícia Civil alagoana, mas já conhece a fundo como funciona todo o esquema do tráfico no Estado. Várias informações foram mantidas em sigilo, já que os trabalhos estão em andamento, mas o delegado revelou detalhes da rota da droga em Alagoas.

 

Para se ter uma ideia da grande quantidade de pasta-base que está chegando em Alagoas, somente nos meses de março e abril, as polícias estadual e Federal apreenderam 25 quilos do produto, que é usado na fabricação de crack e cocaína. O quilo da pasta-base chega a custar R$ 10 mil.

 

Segundo Ronilson Medeiros, a pasta-base que chega a Alagoas tem origem nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso, por isso a maioria das apreensões é feita em ônibus que vêm do Sudeste. As “mulas", como são chamadas as pessoas que transportam a droga, recebem dinheiro para trazer o produto como bagagem comum e entregar ao traficante em Maceió ou outra cidade do interior.

 

"A porta de entrada para as drogas em Alagoas é o interior", explica o delegado. "A droga passa primeiro pelo interior, que não dispõe de um trabalho específico para a apreensão, e depois chega à capital. É por isso que o crack invadiu as cidades alagoanas. Daí a necessidade da criação urgente de um Departamento de Repressão ao Narcotráfico com atuação em todo o Estado", ressaltou o delegado Medeiros.

 

Ronilson Medeiros explicou que a pasta-base que chega a Alagoas é usada na produção do crack. "O refino da droga para produção de cocaína não é feito em nosso Estado, porque o processo é mais sofisticado e existe a necessidade da folha da coca, a qual não se encontra por aqui. Esse tipo de processo é feito no exterior", enfatizou.

 

O delegado disse ainda que o número de denúncias que chegam à polícia é significativo, mas a maioria não apresenta detalhes, o que dificulta o trabalho de investigação. “A maioria das pessoas ainda fica com medo, mesmo pelo telefone, de fornecer as informações de que precisamos. Precisamos de endereços, características das pessoas envolvidas, descrição da situação, entre outros dados para montar as operações", ressaltou.

 

Medeiros lembrou o sucesso da operação conjunta das polícias Civil e Militar há 15 dias, em que a polícia conseguiu estourar um laboratório de drogas nas proximidades do condomínio Aldebaran, no bairro Antares. “Quando há informação e um bom trabalho de inteligência, é possível vencer a guerra contra o tráfico”, concluiu.

 

tudonahora //



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