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08/01/2008 00:00:00

Tecnologia


Tecnologia

Os carros que dirigem sozinhos, e inclusive estacionam ao chegar ao destino, podem estar prontos para venda dentro de uma década, afirmam os executivos da General Motors Corp (GM).

A GM, os fornecedores de peças, os engenheiros das universidades e outras montadoras estão todos trabalhando no desenvolvimento de veículos que poderiam revolucionar a locomoção em distâncias curtas e longas. Nesta terça-feira (8), na Consumer Electronics Show (feira de eletrônicos de consumo) realizada em Las Vegas, o diretor executivo da GM, Rick Wagoner, dedicará parte de seu discurso aos veículos que dispensam motoristas.

"Não se trata de ficção científica", declarou Larry Burns, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento da GM, em entrevista recente.

Os maiores obstáculos que esses veículos terão de superar serão humanos e não técnicos, como regulamentações do governo, leis de responsabilidade e questões ligadas à privacidade, sem contar a paixão das pessoas pelo automóvel e pela sensação de controle que ele lhes proporciona.

 Controle de navegação

A maior parte da tecnologia já existe para que os veículos assumam o volante: controle de navegação por radar, sensores de movimento, dispositivos de alerta de mudança de faixa, controle eletrônico de estabilidade e mapeamento digital por satélite. Além disso, os veículos automatizados poderiam melhorar significativamente a qualidade de vida nas ruas, diminuindo os índices de colisões e congestionamentos.

Isso se as pessoas se interessarem pelo produto.

"Agora a dúvida é: o que a sociedade deseja fazer com isso?", disse Burns. "Temos visto os problemas de congestionamento, segurança, energia e emissões. Em termos técnicos, não há por que não mudarmos para um mundo totalmente diferente."

A GM planeja usar um chip de computador barato e uma antena para conectar os veículos equipados com tecnologias que dispensam o motorista. A primeira aplicação mais provável seria em estradas. As pessoas teriam a opção de escolher o modo sem motorista, mas também poderiam optar por controlar o veículo nas ruas da cidade, explica Burns.

Segundo ele, a empresa planeja testar a tecnologia do automóvel sem motorista até 2015 e colocar os carros nas ruas por volta de 2018.

 Desafios

Sebastian Thrun, um dos líderes da equipe da Universidade de Stanford que terminou em segundo lugar entre seis equipes que concluíram a corrida de 100 quilômetros em novembro patrocinada pelo Pentágono em que só participaram carros sem motoristas, disse que o objetivo da GM é tecnicamente exeqüível. Mas ele afirmou que não tem muita certeza de que os carros já possam ser exibidos nos showrooms daqui a dez anos.

"Existem normas muito básicas e fundamentais no caminho desse objetivo em diversos países", explicou Thrun, professor de ciência da computação e engenharia elétrica.

A competição do Departamento de Defesa, que inicialmente envolveu 35 equipes, demonstrou que a tecnologia ainda não está pronta para as ruas. Uma equipe foi eliminada depois que o seu veículo praticamente acelerou na direção de um prédio, enquanto outro veículo misteriosamente entrou na garagem de uma casa e estacionou sozinho.

Thrun disse que os principais benefícios da tecnologia serão estradas mais seguras e a redução das cerca de 42 mil mortes no trânsito nos EUA que ocorrem anualmente, 95% das quais, segundo ele, são causadas por falha humana.

"É possível reduzirmos esses números em 50%", disse Thrun. "Apenas imagine todos os funerais que deixarão de acontecer."

Outros desafios incluem a atualização dos códigos dos veículos e a identificação de quem seria responsabilizado em uma colisão e como lidar com pneus furados e obstáculos na pista. No entanto, os sistemas poderiam ser desenvolvidos para informar os motoristas sobre as condições das vias e enviar alertas sobre batidas ou veículos parados mais à frente e evitar colisões nos cruzamentos.

 Vantagens

As versões mais avançadas da tecnologia que dispensa motoristas poderiam reduzir os congestionamentos orientando os veículos a manterem um espaçamento menor entre si, quase como se fossem vagões de um trem, e maximizando a utilização do espaço em uma via expressa, explicou ele.

"Isso realmente modificará a sociedade, de forma muito parecida com a transição do cavalo para o carro", disse Thrun.

O governo norte-americano incentivou a tecnologia para ajudar os motoristas a evitar batidas, com destaque aos controles eletrônicos de estabilidade que ajudam a evitar capotamentos. Os sistemas serão obrigatórios nos carros de passeio novos a partir dos modelos ano 2012.

Em seguida, viriam a tecnologia e a comunicação entre os veículos que permitiriam que os carros se comunicassem com os sistemas rodoviários.

Ainda permanecem em discussão questões do tipo: como lidar com a privacidade do motorista, se os veículos atuais podem ser reequipados e modernizados e quantos veículos seriam necessários aos sistemas para desenvolver uma rede eficaz.

"Como se dará a consolidação no mercado ainda é uma incógnita, mas sem dúvida vemos muito potencial nessa área", declarou Rae Tyson, porta-voz do departamento de segurança de trânsito National Highway Traffic Safety Administration.

com G1

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