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A página de número 09, que supostamente seria parte do depoimento de um homem que teria sido contratado, por R$ 140 mil, para matar o deputado estadual Eduardo Holanda (PSD), deu a certeza para o parlamentar de que ele seria assassinado pelo colega da Casa de Tavares Bastos Cícero Ferro (PMN). O documento chegou às mãos de Holanda na noite de ontem (12), e, após analisá-lo, o deputado decidiu que, a partir da próxima segunda-feira (16), ele reassumirá seu mandato no Legisaltivo alagoano e não vai mais estabelecer quaisquer tipos de relação com aquele que seria o autor intelectual do plano para tirar sua vida.
“Eu fiquei estarrecido quando li o depoimento. Tive acesso apenas a página 09, que detalha como seria o encontro entre o José Maria Ferro (parente de Cícero ferro) e o pistoleiro. O depoente revelou detalhes do plano e, inclusive, qual seria a rota de fuga após o meu assassinato. Diante dessa prova, que acredito ser verdadeira porque tem o papel timbrado do Ministério da Justiça, do Departamento da Polícia Federal e da Delegacia Federal de Salgueiro, decidi que não quero mais nenhum contato com o deputado Cícero Ferro. Como estabelecer uma relação com alguém que queria me matar? Não existe mais condições de haver nenhum tipo de comunicação. Não o procurei para questioná-lo sobre o depoimento a que tive acesso e nem o farei mais. Agora sei que foi tudo verdade”, declarou o parlamentar.
Mandato será reassumido segunda-feira
Eduardo Holanda garantiu que já preparou um ofício onde comunica à presidência da Assembleia Legislativa que retoma suas atividades no próximo dia 16. “Retomo meu mandato na segunda-feira e, em paralelo, continuarei a fazer meu tratamento. Eu não vou permanecer afastado do cargo para que a pessoa que planejou a minha morte ocupe minha vaga. Já me reuni com o presidente Fernando Toledo (PSDB), com o vicepresidente Antônio Albuquerque (PT do B), com o deputado Marcelo Victor (PTB) e com o colega Maurício Tavares (PMN) e comuniquei a eles tudo o que eu sabia, inclusive, mostrei a página do depoimento. Eles já estão sabendo da minha decisão de voltar”, explicou ele.
Pistoleiro teria sido o assassino de Fernando Aldo
De acordo com Eduardo Holanda, o mesmo depoimento revela que o pistoleiro que teria sido contratado para assassiná-lo, seria o mesmo que matou o vereador de Delmiro Gouveia Fernando Aldo. “O depoente confessa que participou do homicídio contra Fernando Aldo e que também teria tentado matar o Jacó Ferro (primo de Cícero Ferro) por duas vezes, mas não conseguira. Por termos ele admitiu também que, para matar a minha pessoa, o contato fora feito por um homem identificado como José Maria Ferro e que já teria recebido, como forma de adiantamento, R$ 50 mil. Os outros R$ 90 mil seriam pagos após a minha execução”, contou Holanda.
O deputado informou que, a partir de agora, vai mudar sua rotina de vida. “Serei obrigado a deixar de fazer as coisas que gosto. Aquele Dudu livre e que tinha uma vida simples, já não existe mais. Terei que ser reservado em tudo o que for fazer”, disse ele.
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