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20/12/2011 13:14:14

Arcebispo adota silêncio sobre condenação de padres em Arapiraca


Arcebispo adota silêncio sobre condenação de padres em Arapiraca
Arcebispo de Maceió dom Antonio Muniz

Membros da Igreja Católica em Alagoas adotaram o silêncio como resposta a condenação dos padres e do monsenhor, acusados pelo crime de pedofilia contra três ex-coroinhas, no município de Arapiraca. A reportagem do CadaMinuto tentou conversar, por telefone, com o  Arcebispo do Estado, Dom Antonio Muniz, responsável pelo região Metropolitana de Maceió, e o Bispo Dom Valério Brêda, responsável pela Diocese de Penedo, mas nenhuma declaração foi dada sobre o caso.

 

Dom Antonio Muniz afirmou que as declarações têm que ser dadas pelo Bispo responsável pelos acusados. Já a assessoria de Dom Valério informou que o sacerdote não irá conceder entrevista à imprensa, apenas divulgará uma nota de esclarecimento até o final da manhã desta terça-feira (20). 

 

A sentença de condenação foi divulgada na tarde de ontem (19), após mais de um ano de julgamento. Monsenhor Luiz Marques, que aparece num vídeo mantendo relações sexuais com um ex-coroinha, foi condenado a 21 anos de reclusão. Já o padre, Edilson Duarte e o Monsenhor Raimundo Gomes foram sentenciados a 16 anos e 4 meses.

 

O escândalo chocou a cidade do agreste alagoano, após uma reportagem do Programa do SBT ‘Conexão Repórter’, comandado pelo jornalista Roberto Cabrini, ter sido divulgada em rede nacional. Essa foi a primeira vez na história da Igreja Católica brasileira em que o Vaticano reconheceu um caso de abuso sexual contra menores.

 

Entenda

 

O Programa do SBT ‘Conexão Repórter’, comandado pelo jornalista Roberto Cabrini, chocou a população arapiraquense com os casos envolvendo dois monsenhores e dois padres da cidade. A matéria devastadora trouxe inclusive um vídeo onde um dos monsenhores, Luiz Marques, faz sexo com um jovem.

 

Conexão Repórter trouxe o resultado de uma extensa investigação que comprovou denúncias de abusos sexuais de padres contra coroinhas ocorridos no município. Para comprovar as denúncias, Cabrini entrevistou padres, sacristãos, coroinhas e suas famílias, obtendo imagens chocantes e confirmando que dentro daquela paróquia ocorriam abusos.

 

Posteriormente, em entrevista ao repórter, um dos sacerdotes acusados revelou ter ele próprio abusado sexualmente de menores. Foi a primeira vez na história da Igreja Católica brasileira em que o Vaticano reconheceu um caso de abuso sexual contra menores.

 

Na matéria, o jornalista fala que o vídeo foi o ponto inicial e ao chegar na cidade encontrou Fabiano, o rapaz que aparece ao lado do padre mantendo relações sexuais. Fabiano, hoje com 20 anos, relatou que se tornou coroinha na igreja com 12 anos de idade e desde então foi assediado sexualmente pelo padre. Contou ainda que manteve um relacionamento com o religioso durante anos, e por isso desistiu do antigo sonho de se tornar padre.

 

Durante a apuração, outros jovens foram localizados dizendo que passaram pelo mesmo assédio, chegando a prática do sexo com os padres. Entre eles está um menino, de 11 anos. Ele afirmou que foi assediado por um outro padre da região, Edilson Duarte, responsável pela Igreja Catedral de Bom Conselho.

 

Na reportagem seguiram-se várias denúncias de jovens e pais de crianças que foram coroinhas e acabaram assediados pelo Monsenhor Luiz Marques, pelo padre Edilson Duarte e pelo Monsenhor Raimundo além de um outro padre não identificado.

 

Os padres foram ouvidos e negaram toda a história, mas a reportagem flagrou um advogado identificado como Daniel Fernandes intimidando e até ameaçando os jovens responsáveis pela gravação, identificados como Flávio e Fabiano.

 

Os garotos confirmaram ainda que receberam R$ 30 mil reais do advogado em uma negociação intermediada pelo Monsenhor Raimundo para que não divulgassem os vídeos.

cadaminuto //

gilca cinara




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