Pedreiro é medicado e morre após deixar minipronto-socorro

Familiares e amigos do pedreiro José Gomes do Santos, 60 anos, concentraram-se, na tarde deste domingo (18), à porta do Minipronto-socorro Denilma Bulhões, no Benedito Bentes I, para saber o motivo do falecimento do trabalhador, que caiu na calçada minutos depois de receber uma medicação.

Em entrevista à reportagem da Gazetaweb, a esposa de José Gomes, Adriana Melo da Silva, explicou que ele passou mal em sua residência, dirigiu-se sozinho ao minipronto-socorro, onde chegou a ser atendido, e, em seguida, saiu do hospital, passou mal novamente e não resistiu.

“Meu marido estava aqui, não sei o que deu nele para sair em direção à feirinha do Benedito.

 Quando estava voltando para a unidade, caiu com tudo na calçada”, afirmou Adriana ao condenar o procedimento utilizado pela unidade, tendo em vista a maneira como seu esposo foi medicado, o tipo de remédio e sua saída repentina. “Se José estava com alguma dor e teve que ficar em observação, por que razão ele saiu? Será que nem os guardas viram?”, questionou.

“Um caso interessante é que uma médica assinou um prontuário, mas ele não chegou o colocar seu nome no papel. Isso não existe. Com certeza, falta de responsabilidade total”, disparou Valdenir Oliveira, comentando que a família vai recorrer junto à Polícia Civil, além de entrar com uma ação contra o Estado, pois, segundo ele, “em hipótese alguma, o paciente poderia ter deixado o hospital pouco tempo depois de ter sofrido uma dor na região do peito”.

 Os militares responsáveis pela segurança do posto alegaram que o portão foi aberto para o paciente sair porque pensaram que José Gomes já tivesse recebido alta médica. “Ele [paciente] estava bem, porque não chegou nem a ficar em observação em algum leito, e sim, sentado. Não perguntamos nada, pois pensamos que ele já tinha sido liberado”, afirmou um dos policiais, que preferiu manter a identidade em sigilo.

'O procedimento foi correto'

A equipe médica que deu assistência ao pedreiro mostrou o prontuário e garantiu que todos os procedimentos foram realizados no paciente. De acordo com as especialistas, José Gomes dos Santos foi diagnosticado com “ventilatória dependente”, ou seja, uma dor torácica, e tomou um anti-inflamatório, ficando em observação. “O paciente desviou-se do quadro observatório e foi embora. Tentou voltar, mas não conseguiu, vindo a ter morte súbita. Confirmamos que as dores não eram característica de um infarto, pois, se caso fosse, com certeza, teríamos tomado outras medidas", alegou a médica, que, também, não quis se identificar.

Apesar de não ter confirmado à reportagem, a esposa de José Gomes disse à equipe de saúde que ele costumava beber e já sentira outras dores antes; porém, nunca procurara atendimento médico. O corpo de José Gomes dos Santos, que deixou cinco filhos, foi recolhido pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO).

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jobison barros