Os servidores grevistas da Justiça do Trabalho realizaram ato simbólico durante a inauguração da 2ª Vara do Trabalho na cidade de União dos Palmares, na manhã desta segunda-feira (5). A manifestação visou à defesa da Justiça Trabalhistas em contraposição às Resoluções 53, 63 e 83 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, que preveem a extinção das varas.
O coordenador Jurídico do Sindjus/AL, Paulo Falcão, destacou que a manifestação em União dos Palmares faz parte do trabalho de divulgação da greve dos servidores e a defesa do Judiciário, “que foi atacado pela presidente Dilma Rousseff, quando ela retirou os recursos financeiros para implantação do Plano de Cargo e Salários”. “A manifestação busca o apoio da população e o fortalecimento da greve”, ressaltou.
O sindicalista esclareceu à presidente do TRT, desembargadora Vanda Lustosa, que os servidores vieram em caravana para a inauguração devido à importância da expansão da Justiça do Trabalho, ao contrário da política do CSJT que prevê a extinção de Vara com menos de 350 processos ao mês. Falcão destacou que os servidores estão lutando contra o congelamento de salário e contra as políticas que atacam trabalhadores.
No evento várias autoridades estiveram presentes, elas desembargadores federais, juízes, representantes do Sindicato dos Advogados Trabalhistas e da OAB, entre outros.
A 2ª Vara Trabalhista de União leva o nome do desembargador aposentado Rubens Ângelo. O homenageado disse que sempre priorizou o direito social. Ele destacou que foi convidado para ser juiz federal, mas desistiu.
Em seu pronunciamento, o juiz titular da 1ª Vara do Trabalho de União dos Palmares Hamilton Aparecido agradeceu a presença dos servidores, destacando que o movimento é necessário ao Poder Judiciário. O juiz ressaltou que a Vara chegou a 40 mil processos, destacando que em União é uma realidade ‘africana’. “Aqui só existe o empregador e o necessitado”, afirmou.
O desembargador Pedro Inácio disse que os juízes do Trabalho eram visto como subversivo. “Era uma luta de direitos contra o capital. A Constituição transformou a Justiça do Trabalho em um poder mais eficiente e mais valorizado”.
Para a servidora do TRT Dora de Castro, as manifestações da greve são como um cano de escape contra o congelamento de salário, as imposições de metas pelo Conselho Nacional de Justiça, contra a precarização do trabalho, contra o adoecimento da categoria, “enfim, e um somatório de ataque ao trabalhador. Tudo se reflete no dia a dia. E a greve uniu a todos, melhorou a autoestima. Cada servidor amadureceu mais. Cada servidor dá força o outro. E essa união é o que mantém a greve fortalecida”, disse.
Atividade da greve
Para esta terça-feira (06), os servidores voltarão a se concentrar em frente ao prédio das Varas Trabalhistas, a partir das 8 horas. A atividade de greve envolverá os filhos dos servidores. O objetivo é levar a garotada para conhecer os locais de trabalho dos pais – as varas trabalhistas - e fazer uma visita ao Memorial Pontes de Miranda, que fica localizado no prédio sede do TRT.
tribunahoje //
ascom