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03/12/2011 19:15:41

Falta de médicos faz único hospital de Pão de Açúcar suspender atendimento


Falta de médicos faz único hospital de Pão de Açúcar suspender atendimento
Cidade de Pão de Açucar

Insatisfeitos com os salários, os médicos que trabalham no Hospital Municipal de Pão de Açúcar, único da cidade, tomaram uma decisão: decidiram que não trabalhariam neste fim de semana. Com o caos ocorrendo dentro da unidade de saúde, desde o início deste sábado (02), os funcionários em plantão temem represálias da população ou mesmo que vidas sejam comprometidas pela falta de atendimento.

As informações foram repassadas pela representante do Sindprev na cidade, Arlene Farias, que afirma temer alguma manifestação mais 'desesperada' de quem chega no local e tem o atendimento negado. Segundo ela, embora os médicos não queiram mais trabalhar, os demais funcionários ainda estão no hospital.“O problema é que os técnicos de enfermagem podem ser agredidos porque as pessoas não compreendem que eles não podem, de maneira alguma, administrar medicamento. Não pode ser passada nem uma gota de dipirona sem orientação médica”, explicou a sindicalista.

Farias explicou que o estopim ocorreu desde o início do sábado, quando a secretária de saúde da cidade, Ana Rosa, anunciou que os médicos não pretendem trabalhar no fim de semana, e só devem retornar na segunda-feira à escala normal de trabalho. “Quando cheguei aqui, uma moça deu entrada com hemorragia e não tinha quem fizesse acompanhamento. Tivemos que levá-la em uma ambulância para Santana do Ipanema”, acrescenta.

De acordo com a funcionária, a alegação é de que o salário recebido em Pão de Açúcar é considerado pouco em relação aos plantões pagos em cidades vizinhas. “É como uma estratégia para ver se aumentam os salários”, emendou. Segundo a representante do Sindprev, há sete médicos na cidade e todos eles atuam no Hospital Pão de Açúcar.

“Agora que eles estão parados, a comunidade vem sofrido muito. Muitos choram dentro do hospital com crianças de colo adoecidas. Embora a secretária tenha garantido que a situação vai ser normalizada na segunda-feira, nosso medo é de que ocorra uma urgência e não possamos dar atendimento neste fim de semana”. Segundo Arlene Farias, nos fins de semana, são recebidos cerca de 300 pacientes por dia.

Caos no hospital é antigo

Embora a situação extrema da falta de médicos tenha ocorrido apenas neste sábado, a cadeia de problemas enfrentados pela unidade de saúde não só se arrasta há tempos na cidade, como já foi motivo de uma audiência pública, realizada em novembro deste ano. Todas as reclamações levantadas pela população foram reunidas em um relatório, entregue ao Ministério Público.

Falta de material de higiene e de medicamentos, além de sérios problemas estruturais, foram situações levantadas à tona pelo Conselho, que remete a culpa ao Governo Federal e à falta de repasse.

A reportagem da Gazetaweb tentou entrar em contato com o presidente do Sindicato dos Médicos, Wellington Galvão, mas não obteve êxito. De acordo com Arlene Farias, nessa quarta-feira (07), o Conselho de Saúde deve se reunir mais uma vez com o Ministério Público, desta vez para discutir o retorno dos médicos e da normalidade no hospital.

 

 

gazetaweb //

wanessa oliveira  



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