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10/11/2011 12:16:01

PF identifica ocupações irregulares na Serra da Barriga


PF identifica ocupações irregulares na Serra da Barriga
Delegado e Perito explicam operação

A Polícia Federal de Alagoas iniciou um levantamento para identificar quantos moradores estão em áreas tombadas na Serra da Barriga, no município de União dos Palmares.

 

De acordo com o delegado Políbio Brandão, a identificação das famílias começou no último sábado e pretende prosseguir até o próximo domingo.

 

O delegado informou para a reportagem da Tribuna Independente que 16 famílias já foram identificadas e localizadas individualmente e que o terceiro passo seria exatamente ouvi-las.

 

O perito da Polícia Federal Petrônio Falcomer Júnior explicou que o trabalho da polícia é justamente fazer o levantamento da situação, sobretudo, no que diz respeito à ocupação do solo, o que está fora da área de tombamento e se é ou não área de passeio da Serra da Barriga, já que o local é Patrimônio Histórico Nacional.

 

Conforme o delegado Políbio Brandão, o levantamento começou no ano de 2010 por meio de uma denúncia de que a área da Serra da Barriga estava sendo desmatada e invadida.
“Estamos identificando quem está desde antes do tombamento, que teve inicio na década de 90. Tem gente que está morando na Serra da Barriga desde a década de 50”, frisou.

 

Dezenas de casas foram construídas dentro da área da Serra. A reportagem conversou com alguns moradores e eles afirmaram que, se saírem dali, não terão como sobreviver. A agricultura é o único meio de subsistência deles.


Os terrenos são ricos em árvores frutíferas, espécies exóticas, roça e até restaurante que serve de apoio para os turistas. Adriana da Silva Basília, que mora há 25 anos na Serra, disse, emocionada, que não sabe qual será o destino de sua família, caso tenha que deixar o lugar.


Moradores não querem perder agricultura

 

Os moradores da Serra da Barriga não contiveram a emoção durante a operação da Polícia Federal que pode anteceder um despejo. Eles pedem para que não os retirem do recinto onde muitos nasceram e se criaram. Seu Cícero João dos Santos, morador da Serra da Barriga há mais de 50 anos, diz que ninguém quer sair de lá.

 

Ele contou que concorda com as regras de não desmatar o local por ser Patrimônio Histórico Nacional, mas discorda de os moradores terem que sair do lugar. “Moro aqui com minha esposa e sobrevivo do que planto, que é laranja. Muitas pessoas vêm buscar carregamento aqui em cima. Apesar de ser pouco, cerca de mil reais por ano, mas já é alguma coisa, nosso pão de cada dia”, declarou.


“São 80 pessoas que sobrevivem da agricultura com plantação de laranja, banana, macaxeira. São pessoas que não sabem ler, nem escrever, que só sabem fazer isso mesmo, plantar. Se o governo garantisse um pedaço de terra e oferecesse assistência era muito bom, porém, se a gente receber somente a indenização, vai ter que começar do zero”, reclamou.


tribunahoje //

ana paula omena

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