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Polícia
23/08/2011 21:23:42

Golpe engana milhares de mães pobres em Alagoas


Golpe engana milhares de mães pobres em Alagoas
Ilustração

Com tudonahora // plinio lins

 

Uma reportagem exclusiva do Jornal da Pajuçara, exibida na noite desta terça-feira (23) pela TV Pajuçara, desvenda um esquema que engana mães carentes em pelo menos sete municípios de Alagoas, cobrando delas taxas sob a falsa promessa de receberem dinheiro de um programa social do governo federal.

 

Milhares de mulheres já foram cadastradas, pagaram as taxas e nunca receberam o benefício. O INSS de Alagoas confirmou que trata-se de um golpe.

 

A denúncia foi feita na semana passada, por telefone, ao Tudo na Hora, do Pajuçara Sistema de Comunicação, e a apuração coube ao repórter Thiago Correia e ao repórter-cinegrafista José Pereira, da TV Pajuçara.

 

A reportagem mostra que o esquema tem sido posto em prática nos municípios de Porto Calvo, Matriz do Camaragibe, Maragogi, Passo do Camaragibe, Japaratinga, São Luiz do Quitunde e Barra de Santo Antônio. A desenvoltura dos aliciadores é tanta que eles conseguem até a cessão de dependências públicas e de associações comunitárias para reunir mães carentes e fazer os cadastramentos. E mais: a chamada para que as mães compareçam é feita através de convocações em rádios comunitárias.

 

Lotação máxima

 

Os mentores do golpe reúnem, de cada vez, 100 mães para viajarem, em um ônibus, até a cidade de Água Preta, em Pernambuco, onde fica um “escritório de advocacia” que cuidaria da papelada para o suposto benefício. Normalmente partem caravanas de dois ônibus, cada um com a “carga” de 100 mães pobres. Os ônibus, lotados e com mulheres viajando em pé e sentadas, partem de Alagoas durante a madrugada, para não despertar suspeitas, e fazem o percurso até Água Preta por estradas de terra, para escapulir da fiscalização rodoviária. As mães pagam duplamente: uma taxa pelo transporte e outra para que o benefício fosse pago. é esse o dinheiro que move o esquema.

 

Imagens

 

A reportagem de Thiago Correia mostra imagens de reuniões das aliciadoras com mães carentes em que prometiam o “salário-maternidade” do INSS, que seria de R$ 2.500,00, dos quais um percentual de 20% ficaria para o “advogado”. Na verdade, elas não recebiam benefício algum – o esquema lucrava com as taxas de transporte e de “tramitação” da papelada, que nada valia. São mostradas também, na reportagem, imagens de duas aliciadoras, uma delas fugindo após revelar que ela própria já fora aliciada e nada recebera. Um homem que é apontado como o chefe do esquema, cujo nome seria Cláudio Victor Gouveia Vanderlei – que recebe as procurações das mães e a “taxa” paga por elas em Água Preta – aparece chegando para fazer uma “palestra” e acalmar mães que já estavam ficando desconfiadas.

 

INSS: “É golpe!”

 

A chefe do Serviço de Benefícios do INSS em Alagoas, Gilvanete Francisco, entrevistada pelo repórter, examina a documentação recolhida e confirma: “É um golpe!”. Segundo ela, os mentores do esquema não estão sequer solicitando o benefício do salário-maternidade ao INSS. “Eles estão ficando com o dinheiro das taxas e do transporte das mulheres pobres, e estão ficando ricos. Essas pessoas estão sendo enganadas”.


 



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