Com cadaminuto // emanuelle oliveira
Além de magistrados, alguns delegados alagoanos também podem estar na mira dos bandidos, de acordo com o presidente da Associação dos Delegados de Alagoas (Adepol), Antônio Carlos Lessa. Assim como vem ocorrendo com os integrantes do Poder Judiciário o principal motivo das ameaças de morte seria o combate ao crime organizado no Estado.
“Cerca de 20 delegados passam por esse problema, pelo trabalho que desenvolvem, investigando crimes e cumprindo mandados de prisão preventiva de acusados em chacinas e latrocínios e ainda, de busca e apreensão. No decorrer dos meus 25 anos de profissão vejo que a categoria ainda continua sob pressão”, afirmou.
Lessa informou que quando recebe denúncias dessa natureza solicita reuniões com os demais delegados e até com o diretor-geral da Polícia Civil, Marcílio Barenco para evitar que as ameaças se concretizem. Ele questionou a negativa de órgãos como o Conselho Estadual de Segurança (Conseg) para conceder proteção pessoal à autoridade policial.
“O Conselho nega a escolta. Solicitamos segurança para um delegado, que recentemente investigou um caso de repercussão no Estado, mas pela falta estrutura na Polícia Civil ele ficou pouco tempo recebendo a segurança pessoal. Diante disso, o que nos restam são os policiais das Delegacias, só que tem locais onde só existe a autoridade policial mesmo”, lamentou.
Ainda segundo o presidente da Adepol, os próprios delegados vêm se articulando para desvendar de onde partem as ameaças. “Acabamos evitando lugares com aglomerado de pessoas, inclusive à noite e até restaurantes. Essas ameaças são feitas a delegados da capital e do interior. Faz 15 anos que mataram um delegado e esperamos ter virado essa página”, contou.
Conseg
Mesmo ainda não tendo tomado posse na presidência do Conseg, o que deve acontecer no próximo dia 29, Paulo Brêda informou que o órgão costuma conceder segurança pessoal a autoridades quando fica provada a necessidade. Ele explicou que nos últimos meses prefeitos e deputados têm feito esse tipo de solicitação.
“O Conselho tem autonomia para atender ou não as solicitações. Recebemos os pedidos e eles são discutidos entre os demais integrantes. Avaliamos as justificativas e o principal critério é a necessidade. Não é só dizer que está sendo ameaçado. Há casos em que concedemos, para evitar problemas, mas depois, há uma reavaliação. Não lembro de nenhum pedido recente por parte de autoridades policiais”, informou