Advogado acusa major da PM em atentado que matou seu filho

A investigação sobre o atentado que feriu um conselheiro da OAB/AL e vitimou fatalmente seu filho Pedro Gabriel, de 4 anos, em Santana do Ipanema - ocorrrido no dia 9 deste mês - pode sofrer uma reviravolta nesta semana com o depoimento do advogado João Firmo Soares. Ele acusa um oficial da Polícia Militar de Alagoas de ser o responsável pelo atentado.

Em entrevista à reportagem do Alagoas24Horas, o conselheiro João Firmo alegou ter certeza que o atentado não teria sido um fato isolado, como vem sendo investigado pela polícia, e sim um atentado contra a sua vida e que ‘vitimou um inocente’.

O militar apontado pelo advogado como o autor intelectual do crime seria um sobrinho dele, um major da PM, lotado no Gabinete Militar do Governo do Estado. “Eu tenho certeza que foi ele que mandou me matar. Não foi um assalto como estão especulando. Há 15 anos esse sobrinho me traiu e desde então vem tentando me destruir de qualquer maneira”, alega Firmo. Para ele, as motivações seriam os bens do advogado.

João Firmo presta depoimento ao delegado que investiga o caso, Rodrigo Cavalcanti, nesta quarta-feira, dia 17, e afirmou que entregará provas de sua versão para o crime. “Tenho diversas provas que confirmam a minha absoluta certeza de que foi ele [major da PM] que mandou me matar. E esta não foi a primeira vez, há alguns anos ele tentou me matar incendiando a minha casa”, disse o advogado, informando ainda que há ações contra o oficial na 2ª Vara Criminal.

Para o delegado Rodrigo Cavalcanti, a autoria material do crime já está esclarecida, inclusive com um acusado preso e outros três identificados e procurados pela polícia. Cavalcante informou ter recebido informações sobre a versão apresentada pelo advogado, mas alegou que apenas investigará o fato caso o advogado formalize em depoimento.

“O advogado ainda não prestou depoimento, o que deve acontecer esta semana. Até agora não temos esta acusação formal, mas se confirmado em depoimento vamos investigar a autoria intelectual do crime, pois a material já está esclarecida”, explicou Cavalcanti.

Para a polícia, até o momento, o crime se trata de assalto, seguido de perseguição e morte. Segundo a polícia, após ter sua moto roubada, José Edson Araújo pediu apoio ao advogado João Firmo - que trafegava pela AL-130 com seu filho no carro - para ir à procura dos acusados.

João Firmo, o filho e a vítima de assalto seguiam pela AL-130, com destino à cidade de Olho D’Água, quando teriam cruzado com os assaltantes no Celta utilizado no crime. Os bandidos efetuaram quatro disparos contra o carro de Firmo.

Um dos disparos atingiu o advogado no ombro e outro atingiu Pedro Gabriel na cabeça. O garoto foi socorrido e encaminhado para o Hospital Geral do Estado, onde não resistiu ao ferimento e faleceu.