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Saúde
15/08/2011 11:29:06

Alagoas aposta na equoterapia como método terapêutico de eficiência


Alagoas aposta na equoterapia como método terapêutico de eficiência
Divulgação

Com tudonahora // Fonte ascom

 

A equoterapia surgiu nos meados de 1917, após a 1ª guerra mundial devido ao grande número de feridos no intuito da reabilitação e também com a ideia de lazer para desmistificar a monotonia do tratamento clinico. Já no Brasil, a equoterapia surgiu com a Associação Brasileira de Equoterapia (ANDE) em 1989, em Brasília.

 

No Brasil, a equoterapia só foi reconhecida como método terapêutico em 1997, pela Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitacional e pelo Conselho Federal de Medicina, mas nos últimos anos é que se pode notar o verdadeiro crescimento dessa modalidade terapêutica, haja vista o número crescente de centros de equoterapia em todo o território nacional.

 

A equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais.

 

O método é uma atividade que exige a participação do corpo inteiro, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da força, tônus muscular, flexibilidade, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio. A interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, o ato de montar e o manuseio final, desenvolve novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima.

 

É com base nesses fundamentos que Associação de Equoterapia de Alagoas localizado no Benedito Bentes desenvolve um trabalho de equoterapia. O centro conta uma parceria com a Secretaria de Estado da Saúde para atender 60 pacientes.

 

Além da Associação de Equoterapia de Alagoas, a Sesau tem parcerias com a Pestalozzi Maceió e Tarcizo Freire em Arapiraca, totalizando o atendimento de aproximadamente 500 pacientes.

Segundo a fisioterapeuta Auzira Grasiela, a andadura do cavalo ajuda o paciente recuperar os movimentos motores. “Com esse tratamento, o cavalo consegue aumentar a autoestima dos pacientes, como exemplo, as crianças cadeirantes que quando está sentada em sua cadeira nos olha de baixo para cima, já no cavalo elas conseguem nos olhar por cima sem forçar a cabeça”, explicou a fisioterapeuta.

 

Acesso

Para ter acesso ao tratamento de equoterapia, primeiro o paciente tem que passar por uma avaliação médica, depois é encaminhado ao centro, onde lá o paciente passa por outra avaliação com uma equipe multiprofissional, que atua de forma interdisciplinar. A equipe é composta por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, professor de educação física, pedagogo, fonoaudiólogo, assistente social, médico.

 

O método terapêutico da equoterapia não consiste apenas em colocar uma criança ou um adulto no dorso do cavalo. É indispensável e relevante que se conheça a patologia em causa, o cavalo, as técnicas específicas a serem adotadas nas áreas de saúde, educação e equitação e, igualmente, a necessidade do praticante. Para tanto, faz-se necessário estabelecer, antes de iniciar a primeira sessão, as indicações, contraindicações e as precauções a serem tomadas para cada praticante.

 

São indicadas para o tratamento de equoterapia as patologias como: lesões cerebrais tais como paralisia cerebral, acidente vascular cerebral e traumatismo crânio encefálico, sequelas de lesões medulares como mielomeningocele, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, distúrbios comportamentais como autismo, distúrbios visuais, distúrbios auditivos, sequelas de patologias ortopédicas, psicoses infantis, síndromes genéticas como a Síndrome de Down.

 

Mudança de vida

 

Todas essas características citadas acima foram relatadas por Bruno César, irmão de Bruna, a jovem moça de 28 anos iniciou a equoterapia aos 13 anos. Bruna sofre de paralisia cerebral com presença de autismo. De acordo com o irmão da paciente, depois que Bruna iniciou o tratamento, alguns avanços foram observados, principalmente no que diz respeito à parte física, motora.

 

“Antes ela derrubava as coisas, hoje ela consegue segurar melhor, até a parte digestiva influenciou, minha irmã tinha muita prisão de ventre que dava muita pena dela. Mas hoje está tudo melhor e com o tempo a tendência é aparecer novos resultados”, explicou Bruno.

Esses relatos mostram que a confiança obtida na equoterapia permite acelerar o processo de desenvolvimento de potencialidades, responsável pela integração social e pessoal do portador de deficiências ou dificuldades.

 

Para o gerente do Núcleo do Programa de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência, Enestino Veiga, porta de entrada para o tratamento, Associação de Equoterapia de Alagoas, a equoterapia contribui de forma prazerosa para a aplicação de exercícios de coordenação motora, agilidade, flexibilidade, ritmo, concentração e lateralidade. “Esse tratamento desenvolve a sensibilidade física e psíquica, na medida em que exige a constante percepção e reação frente a diversos estímulos. Assim, resultando em maior harmonia e equilíbrio físico e psíquico”.

 

Rosene Santos, mãe de Isabeli Santos, 13 anos, explicou que a filha é outra menina depois que passou a fazer o tratamento de equoterapia. “Antes, Isabeli babava muito, não queria contato com ninguém e tinha uma postura que já estava lhe prejudicando. Ela reclamava de dor, mas com o tratamento, realizado há três anos, duas vezes por semana, posso afirmar que minha filha é outra menina, quando ela sobe no cavalo é uma alegria só”, disse a mãe da adolescente.

 

O tratamento no centro de equoterapia é meia hora para cada criança. O trabalho desenvolvido é voltado à biopsicossocial envolvendo a parte motora e social. Com a mancha do cavalo é liberado 15 mil estímulos, e isso favorece ao tratamento tridimensional. “A macha do cavalo é semelhante ao andar do ser humano, com isso ajuda no desenvolvimento de voltar a andar e no equilíbrio de cervical, o tratamento começa com o passo, depois trote e por fim o galope, essa evolução só é possível através da equoterapia”, explica fisioterapeuta Auzira Grasiela.

 

Casos

 

Jeferson Souza, é autista, quando chegou para o tratamento agredia todos os funcionários que chegava perto dele, já José Lucas também autista não andava por problema motor,mas, hoje, superou as dificuldades com auxílio da equoterapia, depois de descobrir que o seu problema tinha relação com a sua ansiedade.

 

Rildo Marcos de 15 anos, sofria de hiperatividade, tinha atraso no desenvolvimento mental, e tem dislequicia. Há um mês iniciou o tratamento e segundo relatos de sua mãe Neide Azevedo, as mudanças já começaram aparecer. Já o pequeno José Alonso, de quatro anos, é portador de paralisia cerebral. “Depois de quase um ano de equoterapia começou a segurar o tronco e pegar os objetos”, informou Adriana Martins, mãe da criança.


 



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