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Alagoas
14/08/2011 17:41:53

Exército ajuda no combate aos caramujos no inteior de Alagoas


Exército ajuda no combate aos caramujos no inteior de Alagoas
Soldado do Exercito ajuda no combate ao caramujo

Com tudoglobal // Fonte uol

 

O aparecimento de caramujos gigantes africanos em duas cidades alagoanas está preocupando as autoridades sanitárias de Alagoas. Este ano já foram registradas pragas dos moluscos em Maceió e Penedo, que possuem focos atualmente, e Roteiro, que foi “invadida” em maio.

 

Em Penedo, município mais afetado pelos moluscos, milhares deles estão espalhados pela cidade. A situação foi tão grave, que o Exército foi acionado e iniciou na última quarta-feira (10) uma operação, com 30 homens do Tiro de Guerra, para ajudar a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) a recolher os caramujos na parte da cidade alta.

 

Os trabalhos devem terminar somente nesta semana. Todos os bichos coletados estão sendo colocados em tonéis de ferro para depois serem incinerados e enterrados em local apropriado pelo município.

 

“Começamos logo cedo porque, à medida que o sol esquenta, os bichos se escondem na terra. Recolhemos dois tonéis cheios de moluscos hoje”, informou o sub-tenente Aldori Junker, chefe do Tiro de Guerra de Penedo.

 

A secretária de Saúde de Penedo, Geonice Peixoto, afirmou que há quatro anos a cidade registra casos de caramujos, mas o número de moluscos está aumentando. “Estamos com um mutirão para diminuir a incidência desses animais e até a erradicação deles aqui em Penedo”, disse.

 

Luvas especiais

 

“Por prevenção estamos realizando esse trabalho. Além da coleta, a prefeitura está fazendo a limpeza dos terrenos baldios e públicos com a retirada do mato para que os caramujos apareçam e sejam coletados.”

 

Peixoto informou que também estão sendo distribuídos sacos plásticos e luvas especiais para que a população da zona rural ajude na coleta. “Distribuímos o material para que a população vá também coletando nos quintais das residências e a cada dia seguinte outra equipe passa para recolher os caramujos que foram capturados”, afirmou.

 

A orientação é para que a população de onde ocorra o aparecimento dos caramujos recolha os animais com luvas e os coloque em vasilhas de ferro, como tonéis, para serem queimados. Depois de incinerado, o resto do material deverá ser enterrado numa vala e coberto com cal virgem para evitar contaminação de doenças.

 

“Não se deve usar inseticidas pois os caramujos vão morrer e o veneno contaminar o solo”, explicou a secretária de Saúde de Penedo, destacando que se as cascas dos moluscos quando jogadas sem cobertura de terra ficam sujeitas a armazenarem água e virarem criatórios para o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

 

Em Maceió, os caramujos estão tomando conta do conjunto Carminha, no bairro do Benedito Bentes. Há informações de que a população se arrisca para consumir os moluscos. Segundo moradores, um homem teria morrido de infecção intestinal seguida de hemorragia.

 

A reportagem do UOL Notícias entrou em contato com a Vigilância Sanitária e com o Centro de Controle de Zoonoses de Maceió, mas nenhum dos dois órgãos informou a existência de ações específicas para combater os caramujos.

 

Riscos à saúde

 

Os caramujos gigantes (Achatina fulica) são transmissores de sérias doenças nos sistemas nervoso e intestinal, além de hemorragias que podem levar o doente à morte. O animal foi trazido ilegalmente do leste e nordeste da África na década de 1980, por empresários que queriam introduzir na culinária brasileira pratos com o molusco.

 

Ao contrário dos escargots na França, contudo, a comercialização do animal no Brasil não deu certo, e os caramujos que estavam sendo cultivados no país foram soltos a esmo e vêm causando infestação nas cidades brasileiras.

 

O animal é hospedeiro de dois vermes, e o simples manejo dos caramujos vivos pode causar contaminação humana. Ao invadir as plantações, os caramujos podem contaminar a lavoura e disseminar doenças.

 

O molusco acaba com as plantações nas lavouras, como amendoim, abóbora, batata-doce, feijão, mandioca, mamão, tomate e outras verduras. Flores e frutas também são devastadas com a praga.




 



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