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13/08/2011 08:54:56

Viçosa tem dois casos raros de bactéria da meningite


Viçosa tem dois casos raros de bactéria da meningite
Ilustração

Com tudonahora // plinio lins

 

Dois casos de contaminação por uma bactéria da meningite rara em Alagoas ocorreram desde o início do mês na cidade de Viçosa. Em ambos os casos, os pacientes são crianças. O primeiro caso foi confirmado na semana passada e o segundo, ontem (quinta-feira 11).

 

As duas crianças foram internadas no Hospital de Doenças Tropicais (HDT) Hélvio Auto, em Maceió. A primeira foi tratada e teve alta na quarta-feira (10). A segunda foi internada na quinta-feira e seu estado de saúde, nesta sexta-feira (12), era considerado estável.

 

As informações, obtidas pelo Tudo na Hora em Viçosa – onde já circulavam boatos sobre os dois casos de meningite na cidade –, foram confirmadas na noite desta sexta pela diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Cleide Moreira, e pela diretora do Laboratório Central de Alagoas (Lacen), Telma Pinheiro. As duas, no entanto, disseram que ainda não há nada que indique um surto de meningite na cidade.

 

Já outras fontes consultadas pelo Tudo na Hora disseram que o fato de dois casos serem confirmados em uma mesma cidade de baixa população, como Viçosa, num período de tempo relativamente curto (menos de duas semanas), “é preocupante”, ainda mais por se tratar de um tipo de meningococo raro em Alagoas. Isso indica que provavelmente houve transmissão da bactéria da primeira para a segunda criança.

 

O repórter não conseguiu confirmar se as duas crianças tinham convívio próximo em residências, escolas ou creches – a norma das autoridades de saúde é preservar a identidade de pacientes.

 

Clima frio

 

De acordo com o site lookfordiagnosis.com, a bactéria identificada nas duas crianças de Viçosa provavelmente é a neisseria meningitidis, um meningococo do grupo Y/W135, que causa a meningite meningocócica e é altamente contagioso pelas vias aéreas. A contaminação se dá pela proximidade das pessoas e ocorre com mais frequência nesta época de inverno, com clima frio – como é o caso de Viçosa.

 

Vigilância diz que não há surto

 

A diretora da Vigilância Epidemiológica, Cleide Moreira, confirmou que já havia sido comunicada do primeiro caso, na semana passada, e que recebeu nesta sexta-feira (12) a confirmação de que o Lacen havia identificado a mesma bactéria no segundo caso.

 

Ela também confirmou que o meningococo é a neisseria meningitidis, mas disse não ter certeza de qual grupo (ou cepa) se trata. “O grupo mais comum em Alagoas, que tem sido detectado, é o grupo C, que é virulento. Essa que foi identificada agora em Viçosa não é comum em Alagoas, mas ocorre em outras partes, mas não pode ser considerada das mais virulentas”, explicou.

 

Investigação epidemiológica

 

Segundo Cleide Moreira, “as medidas já estão sendo tomadas”. Ela não soube detalhar, no entanto, se a investigação epidemiológica já começou a ser feita, pelo menos no caso da primeira criança que contraiu a bactéria na semana passada – exames nas pessoas próximas, identificação das pessoas que estiveram com a criança contaminada, saber se ela teve contato próximo com pessoas que vieram de outros lugares e poderiam ter trazido a bactéria, etc. “Mas tenho certeza de que isso já começou a ser feito, é o procedimento padrão nesses casos”. Como a diretora foi procurada à noite, Cleide Moreira disse que poderá ter informações mais precisas neste sábado (13).

 

Não há razão para alarme”

 

A diretora da Vigilância Epidemiológica garantiu que não ocorreu, em nenhum dos dois casos, a meningococcemia, ou seja, a doença meningocócica, uma infecção bacteriana aguda, rapidamente fatal, causada pela neisseria meningitidis. Esta bactéria pode causar inflamação nas membranas que revestem o sistema nervoso central (meningite) e infecção generalizada (a meningococcemia).

 

“Não é o caso de provocar alarme, não ocorreu caso severo em nenhuma das duas crianças e não há risco de surto”, garantiu a diretora da Vigilância Epidemiológica.

 

Infeccioso

 

A diretora do Laboratório Central (Lacen), Telma Pinheiro, confirmou ter recebido na semana passada o resultado da primeira criança e na quinta-feira (11) o da segunda, ambos com o mesmo tipo de bactéria. Ela disse que o meningococo descoberto nas duas crianças é de um tipo “infeccioso, que pega”. Segundo ela, o que chamou mais a atenção foi a cepa da bactéria, que não é comum ocorrer em Alagoas. “aqui os grupos mais comuns são o B e o C, que são perigosos e que ocorrem nesta época de inverno. Mas esse tipo que foi detectado agora em Viçosa, embora seja raro aqui em Alagoas, ocorre em outras partes”, disse ela.


 



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