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Alagoas
10/08/2011 20:22:56

Em dois anos, emendas parlamentares de Alagoas bancaram R$ 47,4 milhões para festas em prefeituras


Em dois anos, emendas parlamentares de Alagoas bancaram R$ 47,4 milhões para festas em prefeituras
Ilustração

     Com repórteralagoas // odilon rios

 

Os valores das emendas parlamentares, via Ministério do Turismo, para bancar festas espalhadas pelo interior de Alagoas, chamam a atenção pelos números astronômicos. Nos últimos dois anos, deputados e senadores conseguiram a liberação de R$ 47,4 milhões (exatos R$ 47.442.750) para "promoção de eventos para divulgação do turismo no interior".

Levantamento realizado pelo reporteralagoas.com.br na Lei Orçamentária Anual dos anos de 2011 e 2010- com ajuda de técnicos de Brasília- mostra inclusive que a bancada federal alagoana não é nada modesta na hora de exigir dinheiro para prefeituras bancarem suas festas. E muitas vezes, o "filtro" do MT libera bem menos dinheiro que o pedido pelos parlamentares.

Isso porque os valores pedidos são bem maiores que o liberado.

Este ano, por exemplo, os senadores Benedito de Lira (PP) e Fernando Collor (PTB) conseguiram R$ 2,2 milhões para a promoção destes eventos.

O ex-deputado Francisco Tenório (PMN)- derrotado na eleição e preso horas depois pela Polícia Federal acusado de assassinato- pediu R$ 4,8 milhões para a divulgação destes eventos. Como perdeu a eleição, as cidades não recebem nada.

Joaquim Beltrão (PMDB) conseguiu R$ 1,1 milhão.

Só que os números são mais modestos- se fossem levadas em conta as calculadores dos parlamentares.

Benedito de Lira, Collor, Joaquim Beltrão e Francisco Tenório, por exemplo, receberam R$ 1,1 milhão, por emenda, mas pediram R$ 4,8 milhões, cada.

Em 2010, a liberação de verba, via Ministério do Turismo, para as festas no interior do Estado foram bem maiores.

Os ex-deputados Antônio Carlos Chamariz (PTB), Augusto Farias (PTB), Benedito de Lira (PP), Francisco Tenório (PMN) e Olavo Calheiros (PMDB) emplacaram, cada um, R$ 8,8 milhões (exatos R$ 4.904.750).

Os deputados Gilvaldo Carimbão (PSB), Joaquim Beltrão (PMDB), Maurício Quintella Lessa (PR) e o senador Fernando Collor (PTB) abocanharam, cada um, R$ 4.904.750.

Ao todo, a bancada conseguiu R$ 44 milhões, em um único ano, para as festas de prefeituras espalhadas pelo interior.

E, mais uma vez, o "filtro" do Ministério do Turismo teve de agir para evitar que a sede fosse maior.

Cada parlamentar havia pedido quase o dobro do valor que recebeu: R$ 8,8 milhões.

Adotada esta lógica, a bancada receberia R$ 79,9 milhões (exatos R$ 7.920.000). Ficou com os R$ 44 milhões.

Operação da PF no ministério prendeu mais de 30
Informações do Congresso em Foco

O Ministério do Turismo anunciou, na noite de ontem (9), que vai afastar os seis servidores da pasta que foram presos pela Polícia Federal por envolvimento no desvio de dinheiro de um convênio assinado com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). Em nota, anunciou o pedido de investigação do caso à Corregedoria Geral da União União (CGU) “para a apuração de possíveis irregularidades” no repasse de R$ 4 milhões à instituição sem fins lucrativos para fazer treinamentos no Amapá. Os recursos foram viabilizados com emenda parlamentar da deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP).

A pasta do ministro Pedro Novais, do PMDB, ainda anunciou que nesta quarta-feira (10) vai suspender todos os repasses de dinheiro para ONGs durante 45 dias. A portaria 136/11 determina a criação de uma força-tarefa no ministério para analisar as prestações de contas das instituições sem fins lucrativos.

Ontem, a Polícia Federal afirmou que receberam propina no esquema o nº 2 do ministério, o secretário-executivo Frederico Costa, ligado a Novais e ao líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), e o ex-presidente da Embratur, Mário Moysés, ligado à senadora Marta Suplicy (PT-SP). Eles estão presos preventivamente no Amapá, assim como o secretário de Programas de Desenvolvimento do ministério, o ex-deputado Colbert Martins (PMDB-BA).

Até ontem, a PF havia preso 35 do 38 acusados de envolvimento no esquema. Foram realizados ainda sete mandados de busca e apreensão de computadores, documentos, pen drives e mídias. Os policiais encontraram R$ 610 mil em espécie na casa do diretor-executivo do Ibrase, Luiz Gustavo Machado.

 




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