A sessão de hoje da Assembléia Legislativa foi marcada pelo pronunciamento do deputado Cícero Ferro (PTB) a respeito dos atentados sofridos a ele nos últimos anos. O anúncio da fala do deputado causou surpresa por parte dos deputados, da imprensa e de todos que estavam na casa.
No pronunciamento, Cícero Ferro falou que foi vítima da violência de Alagoas e que não se tratava apenas dele, mas sim de toda a Assembléia composta pelos vinte e sete deputados.
“O assunto que vou falar, Alagoas já conhece. Se trata do atentado a minha pessoa, que ocorreu no dia 31 de janeiro de 2004, e ainda hoje, depois de três anos e nove meses, esses homens nunca foram presos e o preso hoje sou eu. Tenho medo da bandidagem no estado de Alagoas, mas confio na justiça e no tribunal. E tenho certeza de que os criminosos pagarão na justiça o ato que cometeram”, afirmou.
Ele falou que o atentado não foi um problema político, "porque problema político não se resolve com bala, mas sim com voto. Não sabe o motivo, mas que os bandidos ainda estão soltos". O deputado ainda citou alguns crimes cometidos pelo grupo em algumas cidades de Pernambuco e no Maranhão.
“A única coisa que sei é que eu e meu motorista fomos atacados por 10 homens que chegaram atirando na minha fazenda e depois em praça pública na minha cidade. Até hoje eles não estão presos, mas sim cometendo crimes no estado de Pernambuco, como aconteceu em Águas Belas, onde assassinaram um rapaz dentro de casa, ou como no povoado de Santa Rosa, onde eles invadiram uma casa e deram mais de 30 tiros em um rapaz e depois ainda quebraram o crânio e as costelas com o fuzil. Ultimamente esses rapazes, que são de Minador, mataram um policial num povoado vizinho, na cidade de Imperatriz no Maranhão. Isso tudo acontece e eles têm como refúgio Minador no Negrão”, contou.
Ferro disse ainda que os dois carros roubados da cidade e que foram usados pelos bandidos num crime perto de Inhapi foram queimados. Ele contou que teve uma conversa com o governador Téo Vilela, com o general Sá Rocha e com o diretor-geral da Polícia Civil Carlos Alberto Reis, pedindo empenho no caso.
O parlamentar explicou que "o atentado irá completar quatro anos e ninguém vê esses homens, só aparecem às proezas deles e os comentários". Ele falou ainda que enviou para um desembargador no Maranhão todas as prisões preventivas e as informações sobre os crimes que eles têm praticado aqui. Ferro esteve na Secretaria de Segurança de Pernambuco dizendo os crimes que eles faziam em Alagoas e de quem eles tinham apoio.
“Não se contentam e, há bem pouco tempo, um caseiro da minha casa me fez uma traição, tramando pra que eu fosse morto e chegasse a ponto de ir à frente do Hiper Bompreço do Farol, já que eles queriam invadir o Aldebaran. Vou pra minha casa na Barra de São Miguel com minhas filhas e netos e eles aparecem por lá . Os homens encapuzados estão andando aqui dentro de Maceió e a polícia não detectou e nem viu nada”, falou.
“Esses criminosos, através de nove advogados trazidos do Maranhão, ingressaram aqui no Estado com o pedido de hábeas corpus. Isso não é motivo de surpresa, mas eu confio na justiça e no desembargador Mario Casado Ramalho, que é o relator desse processo. Lá no Maranhão, eles conseguiram relaxar a prisão, mas aqui eles não têm alegação para que seja concedida. Se for concedido esse hábeas corpus a esses homens, é melhor dizer que me condenam à morte. Já sofri três tentativas de assassinato e esses homens andam livremente no Estado”, completou.
Para ele, quem é atingido não é Cícero Ferro, mas sim a própria ALE como um todo. O parlamentar diz que pede a Deus que nenhum dos deputados passem o que ele passou.
“No sertão de Alagoas, onde esses bandidos passam é um terror, todo mundo corre. E quem é sertanejo conhece a fama deles na região. Aqueles que não falam, que não dizem nada e que não sabem de nada são os que estão morrendo todos os dias”, concluiu.
com alemtemporeal // igor castro
