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Com melhornoticia // luciana justino
Parentes e amigos foram nesta terça-feira (5) ao cemitério São José, no bairro do Trapiche, para o último adeus ao jornalista e chargista Nunes Lima. Dono de um traço inconfundível, Nunes é considerado por seus colegas de profissão como um dos melhores chargistas do país. Nunes faleceu ontem (04), aos 80 anos, de pneumonia. Ele esteve à frente da luta sindicalista, quando atuou como tesoureiro do sindicato da categoria na gestão do jornalista Freitas Neto, por volta da década de 1970 a 1980.
O jornalista Esdras Gomes destaca o amor do amigo e companheiro pela profissão e principalmente pela Gazeta de Alagoas, primeiro veículo jornalístico onde a vida de luta e sonhos se iniciou. O filho Márcio Tenório lembra com saudade o início da vida profissional do pai. “Seu primeiro emprego foi embaixo das asas de meu avô como ourives. Aos 15 anos, atuou no campo das palavras, a partir daí deu início a sua trajetória na profissão, onde iniciou como colaborador do Jornal de Alagoas”, disse Tenório.
Márcio Tenório ressalta como exemplo de amor do pai pela profissão que abraçou o fato de mesmo aposentado pela Gazeta de Alagoas, Nunes trabalhou por cinco anos no Extra, depois foi chamado novamente para exercer exclusivamente a função de chargista, apesar de ser diagnosticado com o mal de Alzheimer. Do pai, Márcio lembra da simplicidade e do prestígio entre os colegas de profissão.”
José Aldo Ivo, ex-presidente do Sindicato dos jornalistas, 79 anos e com 64 de profissão, define o chargista como um jornalista modesto e simples que sabia exercer a profissão. “Eu o considero um dos melhores jornalista e chargista do Brasil, foi um bom sindicalista e como todo jornalista de vanguarda, Nunes sabia honrar a classe também na boemia. Se o jornalista não for boêmio, então ele não é um bom jornalista e ele tinha esta qualidade. Saímos altas horas da madrug
ada depois de um dia árduo de trabalho e íamos ao bar mais próximo da redação, terminar mais um dia de trabalho”, enfatizou Ivo
Nunes não era apenas amado pela classe, na vida privada ele era querido por seus vizinhos. Alda Rodrigues, 20 anos de vizinhança com o chargista, ressalta a simplicidade e carisma de Nunes. Ela o define como uma pessoa maravilhosa. Para o jornalista Ênio Lins, Alagoas está de luto por perder um profissional que fazia uma charge diferente, que falava do povão e do cotidiano de quem pegava ônibus todo dia.
"Com certeza ele foi o melhor chargista brasileiro e irá fazer falta", reforçou. Já o chefe de comunicação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Valmir Calheiros, Nunes fazia as melhores piadas. "Era um companheiro muito querido e vai fazer muita falta". A missa de sétimo dia do chargista será no domingo (10) na igreja Nossa Senhora das Graças, às 15h.
