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Com gazetaweb // katherine coutinho
O caos na saúde alagoana continua. No Hospital Geral do Estado (HGE) doentes e familiares passam a noite esperando por atendimento e, muitas vezes, até por um leito. Muitas ambulâncias ficam retidas em frente ao hospital porque, na falta de leitos disponíveis, os pacientes ficam nas macas do móvel atendimento de urgência.
Darci Moraes Tenório, de 76 anos, sofreu um derrame na noite da última sexta-feira (01). Amparada por amigos, ela foi levada ao pronto-socorro da Jaqueira e de lá foi encaminhada ao HGE. Passou a noite coberta com a própria urina, pois não havia leitos nem profissionais disponíveis para atendê-la, pois muitos outros pacientes estavam em igual situação, inclusive um garoto de 12 anos, que não resistiu e faleceu ao seu lado.
Ana Lúcia Cavalcante, amiga da enferma, passou as duas últimas noites no hospital, auxiliando amigos que precisavam da sua presença, disse que no período noturno a situação é ainda pior. “O cheiro de urina é horrível! As pessoas ficam nos corredores porque não há quartos ou camas disponíveis”, afirmou. “A culpa não é nem ao menos dos médicos, mas sim do sistema de saúde, que não proporciona condições de trabalho para os profissionais, nem de atendimento para os doentes”, disse Vânia Lúcia da Rocha, acompanhante de um paciente.
Uma mãe, que preferiu não se identificar, deu à luz na quinta-feira em São Miguel dos Campos e estava voltando para casa quando sofreu um acidente de carro. No acidente ela teve a clavícula fraturada, mas conseguiu proteger sua filha recém nascida, que não sofreu nem um arranhão.
Funcionários do hospital confirmaram que crianças e gestantes recebem atendimento preferencial, mas mesmo assim, muitas vezes não é possível atendê-los adequadamente. A reportagem da Gazetaweb tentou entrar em contato com a assessoria do HGE, mas não obteve êxito.
