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21/10/2007 00:00:00

Interior


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Ampliar a discussão sobre a necessidade de combater o preconceito racial, conhecer e reconhecer a importância da cultura africana na formação sócio-cultural brasileira e alagoana. É com esse objetivo que a escola estadual Luís Carlos de Oliveira Barbosa, localizada em Ibateguara, promove no Mercado Público do município a abertura do Projeto "Alma não Tem Cor", que será desenvolvido até dezembro deste ano por alunos e professores de todas as séries da unidade de ensino. A atividade acontece nesta segunda-feira, às 9 horas, e a expectativa é a de reunir cerca de 400 pessoas, entre membros da comunidade escolar e moradores do município.
 
"A idéia do projeto surgiu do trabalho que já realizamos há dois anos na nossa unidade de ensino, de combate ao preconceito racial", conta Maria Ivanilda Batista Cavalcante, diretora da escola estadual Monsenhor Luís Carlos. De acordo com ela, esse trabalho surgiu a partir dos próprios casos de discriminação ocorridos na escola. "Desde a educação infantil até as turmas de jovens e adultos, temos relatos de atos preconceituosos", lamenta a diretora.
 
Um deles aconteceu com um aluno da 2ª série do ensino fundamental. Como era negro, foi o único a não encontrar um par para dançar quadrilha, pois era recusado por todas as meninas. "Tivemos que fazer um trabalho de conscientização com as crianças", diz Ivanilda. O problema acabou resultando no Projeto Zumbi, em 2004, quando foram abordados temas como a liberdade e a cidadania, culminando numa feira de ciências. "Em sala de aula, os professores buscaram abordar a cultura dos Palmares", revela a diretora.
 
Avanços – Outra questão que estimulou o trabalho foi uma discussão entre alunos do ensino médio, quando um estudante utilizou a palavra "negra" de uma forma pejorativa, ofendendo uma jovem, que chegou a pensar em abandonar a escola. "Infelizmente, essas questões fazem parte da nossa realidade. No início, houve resistência até dos professores, mas depois fomos conquistando esse espaço, resultando numa postura diferenciada dos educadores e dos alunos", comemora Ivanilda.
 
A participação de docentes da unidade de ensino nos Encontros Afro-alagoanos de Educação foram um estímulo para a realização do projeto "Alma Não Tem Cor". Na verdade, o projeto começou em agosto, quando foi promovido um concurso para que os alunos desenhassem uma logomarca para o projeto. A culminância será com a realização da Feira de Ciências, em dezembro desse ano.
 
"Desta vez, sentimos a necessidade de aprofundar o tema. Abordaremos as questões afro de uma forma ampla, desde a cultura da África até a posição do negro no Brasil e em Alagoas. A tradição, a cultura, a culinária, tudo será trabalhado pelos grupos de alunos e apresentado à sociedade ibateguarense", revela a diretora, explicando que a Feira contará com a visitação de mais de 2 mil pessoas.
 
Programação – A Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEEE) participa da abertura do evento através da Gerência de Educação Étnico Racial. Segundo a gerente de Educação Étnico Racial da SEEE, professora Arísia Barros, este encontro servirá também para aprofundar a discussão sobre a estadualização e a aplicabilidade da política de inserção da temática negra no currículo da Educação Básica através da Lei Estadual nº 6.814, sancionada pelo governo Teotônio Vilela Filho.
 
A abertura do projeto tem início às 9h, com a apresentação do projeto pela diretora da escola. Às 9h30, acontece uma apresentação artística e declamação de poemas. Às 9h40, será a vez da palestra Desafios e Perspectivas da Lei 6.814/07, pela professora Arísia Barros. Às 10h10, acontece a apresentação de uma dança afro. Às 10h20, o aluno Gedson Caetano da Silva receberá a premiação pela escolha de seu desenho como logomarca do projeto.
 
Às 10h25, o aluno Wellington Araújo, do 3° ano do ensino médio da unidade de ensino, fará a exposição do projeto de Lei Respeito e Conscientização Étnico-Racial. Esse projeto foi fruto da participação do estudante no Projeto Jovem Parlamentar Alagoano.
 
A programação tem continuidade às 10h45, com uma mesa redonda que terá a coordenação da Rita Simone Belarmino, Especialista em Novos Saberes e Fazeres na Educação Básica. A aluna Érika Kely da Silva será premiada às 11h15 por ter obtido a melhor colocação no concurso para elaboração de uma bandeira para a escola. Às 11h20, será apresentada a peça "O Nascimento de Zumbi. O encerramento está previsto para às 11h30.

por Assessoria



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