Junho, 18 de 2010 - uma data que todos querem esquecer

antonio aragão //

Exatamente neste sábado dia 18 de junho de 2011 completa um ano de determinado episodio que embora todos queiram esquecer, mas que continua vivo em nossas lembranças, principalmente na lembrança daqueles que nesta data tiveram o infortúnio de residir às margens dos Rios Canhoto (Usina Serra Grande, São José da Laje e Rocha Cavalcante) e Rio Mundaú (Santana do Mundaú, União dos Palmares, Usina Lajinha, Branquinha, Murici e Rio Largo).

Particularmente em União dos Palmares, a natureza deu dois avisos fortes de que algo não andava certo, porém o próprio povo ignorou quando houve ameaças de inundações em dezembro de 2009 e maio de 2010 e tudo parecia estar normal até que as chuvas desabaram no 18 de junho provocando destruição e mortes, levando consigo ruas inteiras e sonhos de uma comunidade carente que a exemplo do povo de Israel que vagou por 40 anos no Deserto, e que em menores proporções hoje em Alagoas vive a incerteza do dia de amanhã e a má vontade politica.

Entenda o que aconteceu

Os Rios Mundaú e Canhoto nascem em Garanhuns e Canhotinho ambos no estado de Pernambuco. Se situe em uma letra Y. No lado direito, o Rio Mundaú e no esquerdo o Rio Canhoto. Dezenas de afluentes de pequenos e médios porte desaguam nos dois rios que se encontram no distrito de Rocha Cavalcanti, a 12 quilômetros de União dos Palmares. No caso da letra Y, União está localizado no pé da letra. E foi isto o que aconteceu. A água furiosa e impiedosa nada poupou e destruiu tudo o que encontrou a sua frente. Deixou nove vitimas fatais e centenas de pessoas humildes sem teto a mercê da boa vontade do governo, que a época, em campanha politica, prometeu a reconstrução das cidades atingidas. Depois que ganhou a eleição, pouco ou nada foi feito.

Recentemente, até o Banco que agenciava o Programa Minha Casa Minha Vida sofreu intervenção. Agora, os gestores alagoanos estão recorrendo aos representantes no Congresso para solucionar o impasse. Enquanto isto, as obras estão paradas sob o argumento de “um inverno rigoroso”, mas na realidade, as autoridades ganham tempo para somente distribuir as casas – que serão pagas pelo povo – perto da eleição de 2012, o que chega a ser vergonhoso.

Fizemos um vídeo desde o dia da cheia entre 18 e 19 de junho de 2010 até hoje, 18 de junho de 2011. Pare e analise a situação dos nossos irmãos que tudo perderam, e seja qual for seu credo religioso, a noite, quando conversar com o seu Deus peça que interceda por eles. E que Deus tenha pena desta fatia desvalida da sociedade.