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Há exatos 365 dias, Alagoas assistia a maior tragédia natural de sua história. Em poucas horas, chuvas nos leitos dos rios Mundaú e Paraíba elevaram o nível das águas e causaram uma onda de destruição, que chegou a ser comprada a um tsunami.
Segundo o balanço da Defesa Civil Estadual, as enchentes em Alagoas afetaram 29 municípios, deixando 15 deles em estado de calamidade pública e quatro em situação de emergência. Ao todo 27 pessoas morreram, 27.757 ficaram desabrigadas e 44.504, desalojadas, além de um total de 18.823 casas destruídas ou danificadas.
Segundo estimativas, o prejuízo estimado pelo estado superou a casa de R$ 1 bilhão. Apesar de passado 12 meses das cheias, ainda há 150 obras em andamento somente de reconstrução de pontes e estradas. Fora elas, existem 31 obras em andamento em futuros conjuntos habitacionais em 15 municípios. Fora isso ainda há dezenas de obras na construção de escolas e postos de saúde.
Apesar dos recursos terem chegado do governo federal, o Estado reconhece que existem atrasos, especialmente na entrega das casas. “Há uma angústia das famílias que foram atingidas pela tragédia, que também é do governo. Isso angustia todo mundo. Mas a catástrofe foi em pleno inverno, e o inverno é inimigo da construção. A tarefa de reconstrução é enorme. Ninguém faz uma casa própria em menos de um ano, imagine construir mais de 17 mil casas, escolas, estradas, pontes, calçamentos nos 19 municípios atingidos”, explicou o vice-governador e coordenador do Programa da Reconstrução.
Sobre as casas, o secretário de Infraestrutura, Marco Fireman, explicou que "mais de dez empreendimentos já possuem 50 a 70% da obra executada, com previsão de entrega até dezembro de 2011", informou. A previsão é que as primeiras casas sejam entregues em julho.
Prevenção
Ao contrário de 2010, Alagoas conta uma sala de alerta contra enchentes. Segundo a ANA (Agência Nacional das Águas), foi a primeira sala com dados interligados diretamente com a sede da agência, em Brasília.
Localizada na secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, em Jacarecica, a sala recebe dados em tempo real do nível dos rios e da previsão meteorológica da região dos seus leitos.
O monitoramento dos rios é feito por nove estações de coleta de dados, que funcionam por telemetria e estão instaladas às margens dos rios Mundaú e Paraíba em nove cidades –cinco em Alagoas (Atalaia, São José da Laje, Quebrangulo, União dos Palmares e Viçosa) e quatro em Pernambuco (Brejão, Canhotinho, Correntes e Palmeirinha).