19/04/2024 09:27:27

Municípios
19/05/2011 22:20:15

Servidores arrombam portão da Sefaz e decidem ocupar prédio


Servidores arrombam portão da Sefaz e decidem ocupar prédio
Invasão ao prédio da Secretaria da Fazenda

Com gazetaweb //

 

Após interditar as ruas do entorno da Praça Deodoro, na região central de Maceió, seguindo em caminhada pelas ruas do comércio, na tarde desta quinta-feira (19), os servidores públicos unificados decidiram 'fechar o dia' de novo protesto contra o anúncio de reajuste salarial de 7% pelo Governo do Estado invadindo a sede da Secretaria da Fazenda do Estado, também no centro da capital. Alguns manifestantes chegaram a arrancar uma câmera de segurança instalada na recepção, onde o único vigilante nada pôde fazer. Os servidores devem permanecer no local até esta sexta-feira (20), quando esperam reabrir o canal de negociação com o Executivo.

Horas antes, os manifestantes bloquearam as ruas do entorno da Praça Deodoro, provocando grande congestionamento. Condutores chegaram a invadir o espaço do calçadão do comércio para escaparem do trânsito, pondo em risco a segurança dos pedestres.

Um mini trio-elétrico também foi utilizado no protesto, com equipamento de som reproduzindo a ‘gargalhada’ do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) – quando de entrevista à Gazeta, incitando os servidores a intensificarem o protesto – que também teve como pontos de parada a Secretaria de Estado da Defesa Social e a Assembleia Legislativa – onde não mais havia nenhum deputado, devido à falta de quórum para a realização da sessão desta quinta.

Participaram da mobilização servidores da Segurança Pública, Educação, Saúde, entre outros, com algumas das categorias também a reivindicar melhores condições de trabalho, a exemplo dos agentes penitenciários.

De acordo com a presidente do Sindicato da Educação (Sinteal), Célia Capistrano, a greve da educação se estende por oito dias e os servidores já devem se mobilizar a partir das oito horas desta sexta (20), em frente à sede da secretaria estadual, no Centro de Maceió.

CONFIRA, ABAIXO, GALERIA DE FOTOS

Durante a caminhada, os manifestantes, com os ânimos exaltados, chegaram a afirmar não temer a possibilidade de confronto contra policiais do Bope, caso o batalhão especializado em situações do tipo fosse acionado. "Existe o momento de negociar e o de enfrentar. Esse é o momento do enfrentamento. Se houver truculência de lá, também vai existir de cá", disparou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Isaac Jackson.

“E se algum policial ‘P2’ estiver infiltrado aqui para identificar quais militares estão participando da mobilização, vamos tomar as máquinas fotográficas deles”, emendou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), Carlos Jorge, que afirmou à multidão considerar ‘ridículo’ o reajuste de 7% – a ser pago, conforme proposta do governo, em duas parcelas. “Os policiais civis não precisariam nem de assembleia para rejeitar uma proposta dessas e foi o que ocorreu. O valor foi rejeitado por unanimidade de votos”, afirmou o sindicalista, engrossando o coro por greve geral.

“Ao que tudo indica, estamos caminhando para isso”, confessou outro dirigente do Sindpol, Josimar Melo.

Na primeira parada da caminhada, à porta da Secretaria de Defesa Social, os manifestantes ecoaram um grito de guerra contrário ao secretário e ex-comandante geral da Polícia Militar, coronel Dário Cezar. 'Fora, Dário César', gritavam os servidores, sobretudo os da Segurança, sob o argumento de que o mesmo estaria a perseguir praças da corporação.

Na oportunidade, Isaac Jackson até fez uma ameaça. "Se você [Dário César] punir mais um policial sequer, a gente ocupa essa secretaria e não sai mais nunca", afirmou o líder sindical, recebendo o apoio dos manifestantes.

Quando da passagem pela Casa de Tavares Bastos, a sede oficial do Legislativo, o deputado Judson Cabral (PT) discursou aos presentes para declarar solidariedade aos servidores – o mesmo foi feito pelo também petista Ronaldo Medeiros, que declarou já ter solicitado à presidência da Assembleia que constituísse uma comissão com o intuito de intermediar o processo de negociação entre Governo e funcionalismo público. “Não dá para continuar do jeito que está”, comentou.

Na sequência da caminhada, os servidores, que seguiam em direção ao Palácio República dos Palmares pela Rua João Sampaio (antiga Rua do Sol) decidiram mudar o trajeto em frente à Praça dos Martírios, com dezenas de manifestantes derrubando o portão principal da Sefaz, invadindo o prédio que abriga a Fazenda. Os estilhaços de vidro se espalharam pela recepção, mas ninguém se machucou.

Alguns manifestantes utilizavam toucas. Outros improvisaram a própria camisa, com o receio de serem identificados e de serem posteriormente punidos como forma de retaliação ao protesto, como já registrado. Alguns deles, os que se mantiveram à frente da caminhada, subiram ao terceiro andar para deliberar de que forma manteriam a ocupação, para forçar o Governo a atendê-los.

Até que o Executivo ‘não sente para conversar’, os servidores garantem permanecer no local ‘como forma de pressão’.


Galeria




Enquete
Na Eleição de outubro, você votaria nos candidatos da situação ou da oposição?
Total de votos: 29
Notícias Agora
Google News