SIGA NOSSO:
Com gazetaweb // janaina ribeiro e wanessa oliveira
Ruas cheias de buracos e muito lixo espalhado pelas vias, acostamentos e calçadas. Os cerca de 70 mil habitantes de Palmeira dos Índios, que precisam circular pelas avenidas diariamente, têm enfrentado sérios riscos de acidentes de trânsito e mesmo de contrair doenças. E o cenário de 'crateras' e da sujeira pode ser visto logo na entrada da cidade, na Avenida Muniz Falcão, por meio das erosões na pista - agravadas após as chuvas do último mês - contrastando com o desejo de 'boas-vindas' à cidade, que, inclusive, foi administrada por um alagoano ilustre: Graciliano Ramos.
Ao chegar em Palmeira dos Índios, nossa equipe de reportagem logo encontrou o mecânico Vagner Mendes, de 42 anos. Com o discurso afiado, na ponta da língua, ele disparou: “são frequentes os casos de pneus perdidos de condutores que passam por esta rua, considerada uma das principais vias da cidade. Quase sempre ouvimos os estouros terríveis e, ao corrermos para ver o que aconteceu, encontramos os carros com o pneu furado ou estourado pelos buracos”, afirmou ele.
Segundo o mecânico, que trabalha e mora na Muniz Falcão, a pista já chegou a ser recuperada algumas vezes, mas, só de forma paliativa. “A pista tinha que ser, de fato, asfaltada novamente. Porque, com as chuvas de todos os anos, a rua cede de novo. Não adianta só fazer de conta”, disse.
Na Avenida Vieira de Brito, o problema é semelhante. Os carros precisam desviar dos buracos espalhados por toda a pista. Basta ficar alguns minutos na via para perceber que o tráfego funciona com os veículos utilizando apenas a primeira marcha.
E se quem tem rua asfaltada reclama, quem é obrigado a trafegar sobre o barro alega ter mais motivos ainda para engrossar as críticas contra o poder público. As comunidades mais afastadas e os bairros de periferia ainda não receberam calçamento e os seus moradores têm que andar com os carros por ruas que, quando a estação é verão, ficam divididas em buracos e, quando o inverno chega, transformam-se em lama.
Lixo na entrada da cidade
E, como se já não bastassem as crateras a céu aberto, a mesma Avenida Vieira de Brito tem se adornado com outro problema: o lixo. O excesso dos resíduos jogados à beira da pista terminou por obstruir uma galeria, e o terreno transformou-se em um açude, foco de doenças e com insetos fazendo do lugar sua morada.
Para tentar conter a ação de populares que continuam jogando lixo no local, a Prefeitura de Palmeira dos Índios contratou um vigilante em horário comercial, o que não tem adiantado muito. “Acontece que eu trabalho das 8h às 12h e das 14h às 18h, mas basta que eu saia para o almoço, ou mesmo que termine o expediente, que as pessoas chegam e jogam tudo aqui de novo. Para completar, o carro da coleta demora muito para vir fazer a limpeza. Há quase uma semana que eu ligo para o setor responsável e ninguém vem aqui”, diz o trabalhador, que não quis ter seu nome publicado na reportagem.
O detalhe é que a Avenida Vieira de Brito é uma das ‘portas’ de entrada para a cidade de Palmeira dos Índios. “Sabemos que isso não causa boa impressão para quem chega”, admitiu o vigilante.
O que diz o Município
Antônio Fonseca, secretário de Articulação da Prefeitura de Palmeira dos Índios justificou o acúmulo de lixo em várias ruas da cidade e o porquê de tantos buracos nas ruas da cidade. Os buracos foram ocasionados por conta das chuvas. Há mais de 30 dais chove aqui no município e não tem como evitar que as vias sejam afetadas. Entretanto, quero informar à população que já estamos contratando uma empresa para fazer o recapeamento das ruas. Queremos melhorar a qualidade de acesso não só a cidade, mas também, aos bairros, as comunidades”, explicou.
Quanto ao lixo, o secretário culpou a população. “A gente faz limpeza diária, mas não tem jeito. Logo depois que o caminhão de coleta passa, as pessoas depositam lixo de novo. Por isso estamos elaborando uma campanha educativa que será desenvolvida nas escolas e nos bairros. Temos que conscientizar a população sobre a importância de manter a cidade limpa”, concluiu Antônio Fonseca.
