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Com ojornal-al //
O mundo hoje se impressiona com os jovens prodígios que aparecem na lista da revista Forbes. Geralmente ligados à indústria da computação e tecnologia, os “garotos” são verdadeiros fenômenos: basta ver o americano Mark Zuckerberg, que com 23 anos já havia criado o Facebook, ou Chad Hurley, criador do YouTube, que com 30 anos já era referência por um trabalho que estava a frente do seu tempo. Fatos louváveis, não se pode negar.
Mas se engana quem pensa que personagens assim são distantes da nossa realidade, aqui em Alagoas, algo que só está acontecendo atualmente: um fenômeno de jovens que se destacam, que trabalham, que crescem e se superam. No dia 9 de abril de 1951, há sessenta anos, o jovem empresário João José Pereira de Lyra fundava o que viria a ser um dos maiores conglomerados empresariais do setor sucroenergético do mundo, o Grupo João Lyra, com apenas 20 anos de idade.
Já com 17 anos, João Lyra trabalhava no antigo engenho de açúcar que pertencia ao seu pai, Salvador Lyra. Localizado no município de União dos Palmares, ele foi o ponto de partida para a fundação da antiga Companhia Açucareira Usina Laginha, e lá foi onde tudo começou.
Na época, composto por uma usina, o grupo dava seus primeiros passos no embalo do desenvolvimento dos anos 50, quando o Brasil começava a descobrir novas tecnologias e as pequenas empresas começavam a ganhar contornos de grandes indústrias.
Nesse tempo a usina Laginha cresceu tanto quanto as ambições de quem participava daquele projeto e era necessário expandir o patrimônio. E nesse caso, não se trata só do patrimônio físico, mas do que ele agrega em si: os trabalhadores, as conquistas, o desenvolvimento econômico. Por isso foi de tanta importância a incorporação da Usina Guaxuma, localizada no município de Coruripe, em 1974. Pelos mesmos motivos, a Usina Uruba – localizada em Atalaia, região da zona da mata alagoana – também passou a fazer parte, em 1975, do Grupo João Lyra.
Entre conquistas, eventuais perdas, consagrações e, sobretudo, dedicação, o grupo alagoano permaneceu crescendo, construindo sua história através dos passos dados pelos seus colaboradores, muitos dos quais nasceram, se criaram e ainda se sustentam dentro do que integra os pilares da empresa: um patrimônio de histórias de vida, que certamente está ligado de forma definitiva à biografia do estado.
E assim, a proposta do trabalho incansável, da economia precursora e da relação de cumplicidade e respeito com o meio ambiente cruzaram as fronteiras do estado, atingindo novos horizontes, mas sem perder a força das suas raízes.
Em 1988 a Usina Triálcool, localizada no interior de Minas Gerais, foi incorporada ao Grupo, como mais tarde a Vale do Paranaíba, localizada no município de Capinópolis/MG.
Quando se tornou necessário, ou mesmo por pioneirismo, diferentes empresas começaram a fazer parte do Grupo do industrial João Lyra: em 1972 foi a Mapel, concessionária da alemã Volkswagen e em 1987 a Lug, companhia de táxi aéreo que até hoje é destaque no mercado.
Com essa marca do pioneirismo, o Grupo João Lyra construiu a sua identidade baseada em princípios de extrema relevância, como o da preservação ambiental, mantendo importantes reservas ecológicas em suas propriedades, onde são realizados trabalhos como a conservação de espécies de animais raros da mata atlântica. Consequentemente, a Guaxuma foi a primeira usina de cana-de-açúcar do mundo a ser certificada com o selo ISO14001, reconhecimento pelo trabalho ambiental.
Empregar a famigerada expressão “meu nome é trabalho” não carregaria, nesse caso, conotação nenhuma de hipocrisia ou conveniência. Existem pessoas que realmente são movidas a trabalho. E é necessário ser exatamente dessa maneira para se construir um patrimônio da dimensão que o Grupo João Lyra atingiu e mantém até hoje. O próprio empresário sabe disso, tanto quanto os profissionais que o cercam, e cercaram, durante todos esses anos. O trabalho realmente dignifica o homem, e o trabalho com paixão faz crescer sonhos, até eles se tornarem frutíferas realidades.
