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Alagoas
19/04/2011 09:47:23

Moradores bloqueiam AL-101 Norte


Moradores bloqueiam AL-101 Norte
Águas causaram estragos em Jacarecica

Com gazetaweb // wanessa oliveira

 

Devastados após terem suas casas invadidas pelas águas do rio Jacarecica, durante a madrugada desta terça-feira (19), moradores do bairro começaram o dia bloqueando a rodovia AL-101 Norte, em protesto contra a falta de atuação do poder público municipal para diminuir as consequências das chuvas. O protesto só foi finalizado após negociação com o Centro de Gerenciamento de Crises.

Ateando fogo em pneus e galhos de árvores para fechar as duas vias da rodovia, a comunidade informou ter alertado aos órgãos da prefeitura sobre os riscos de inundação do rio, e alegam que, durante a madrugada, as comportas de um açude localizado na parte alta da cidade foram abertas, desencadeando na inundação.

"O volume de chuva não foi tão forte ao ponto de deixar o rio desse jeito. Com certeza abriram as comportas", afirmou o morador Tiago Fernandes. "Mais de 300 casas foram afetadas. O próprio Corpo de Bombeiros chegou aqui, mas não teve estrutura para auxiliar os moradores e voltaram. Nós tivemos que salvar uns aos outros. Perdi dois carros e vários eletrodomésticos, assim como muitos por aqui", diz.


Estragos

Incomodados com o trânsito parado - o congestionamento se estendia por toda a rodovia, até o bairro de Cruz das Almas e a Ladeira de acesso ao Sítio São Jorge -, os motoristas desligaram os veículos, e muitos passageiros, que precisavam trabalhar ou estudar, decidiram descer dos coletivos e seguir a pé até chegar a algum local em que pudessem utilizar outro ônibus.

Até então irredutíveis quanto à desobstrução da pista, os moradores também revelavam terem sido vítimas de transtornos ainda maiores, provocados, segundo eles, por uma negligência por parte do poder público. "Essa é a quinta vez que isso acontece".

Na rua Professora Noélia Gama de Ramalho, alguns moradores tentavam reduzir os estragos nas casas. O estudante Paulo Bento contou ter acordado com a água subindo em sua cama. "Quando me dei conta, meu tio começou a bater na porta de casa, me chamando. Minha moto foi arrastada para dentro de casa e estava flutuando. Vários outros eletrônicos, como geladeiras, meu notebook, foram perdidos", afirma.

Ao abrir a porta do quintal, Bento começou a procurar pelo cachorro e o encontrou em cima do carro. Metade do veículo estava imersa na água. "A loucura maior foi porque a água não só vinha da rua, como também saía de dentro do ralo", diz.

Após pegar o cachorro, o estudante foi até a casa ao lado e precisou derrubar o portão, até encontrar sua vizinha, a moradora Tania Maria dos Santos, que pedia socorro porque não conseguia abrir a porta com a casa inundada. Os dois terminaram por bater na porta do outro vizinho, o comerciante Marcos Cavalcante, que os abrigou no primeiro andar de sua casa.

Solução

O primeiro a chegar, após chamada do Gerenciamento de Crises, foi o superintendente municipal de Controle e Convívio Urbano, Galvaci de Assis, que seguiu com assessores técnicos até a parte alta para verificar a ocorrência. "Eu não acredito que ninguém tenha aberto comportas. Acho que o rio mesmo inundou devido às chuvas, mas ainda preciso ver", afirmou. A solução, para Assis, é assorear o rio. "Solução tardia, porque agora as casas já foram alagadas. E não por falta de aviso nosso", protestou.

Tiago Fernandes reforça que o poder público já havia sido avisado. "Sempre que chove acontece isso. A Prefeitura está cansada de saber e não faz nada a respeito. Agora quando perdemos tudo, nos revoltamos e fazemos protesto, aí sim eles aparecem, mas para chama polícia e Bope", relatou, enquanto apontava para equipes do Batalhão de Operações Especiais da PM, que já estavam a postos do outro lado da ponte. De acordo com o tenente Jatobá, a ordem era 'empreender uso da força', caso os manifestantes se negassem a desobstruir a pista'.

Entretanto, o 'uso da força' não foi necessário. Por volta de 8h10, após negociação com o Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, os moradores decidiram liberar a pista. No entanto, informaram que, se representantes da Secretaria de Infraestrutura, do Ministério Público Estadual e da Defesa Civil não se mostrarem dispostos a negociar, eles fariam um novo bloqueio.



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