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06/10/2007 00:00:00

Política


Política

Encerrado nesta sexta-feira (5) o prazo de filiação para quem pretende disputar as eleições municipais de 2008, partidos apostaram em artistas, atletas e figuras conhecidas da mídia como forma de "puxar votos" para a legenda.

Agora, dirigentes partidários prometem investir em aulas de capacitação para os novos filiados, cujas candidaturas somente poderão ser oficializadas no ano que vem.

No município de São Paulo, ingressaram no PTB o cantor Rafael Ilha (ex-grupo Polegar), o apresentador Sérgio Mallandro, o estilista Ronaldo Esper, a jurada de programa de calouros Marly Marley, mulher do humorista Ari Toledo, e a modelo e empresária Renata Banhara, que se filiou após convite do ex-marido, o cantor de forró e deputado federal Frank Aguiar.

O PPS aposta na candidatura da cantora Gretchen para a Prefeitura de Itamaracá (PE) e no iatista Lars Grael, que poderá ser vice numa eventual chapa encabeçada pela vereadora Soninha (ex-PT) à Prefeitura de São Paulo. A ex-chacrete Rita Cadillac se filiou ao PSB e deve disputar uma vaga na Câmara de Vereadores de Praia Grande.

Os dados sobre filiações foram fornecidos pelas assessorias dos partidos, que têm até o dia 14 de outubro para comunicar as adesões aos cartórios eleitorais.

No PR, o drag queen Léo Aquilla, que disputará uma vaga na Câmara de Vereadores de São Paulo, explica a onda de filiações.

"Por que os partidos amam as pessoas famosas? Porque elas podem até não ganhar, mas trazem votos para poder somar no partido, naquele coeficiente mínimo”, afirma, estimando que terá 150 mil votos se tiver “uma campanha bem estruturada como eles (partido) me prometeram".

Pelas novas regras eleitorais, você não pode ter outdoors, não pode fazer showmício, não pode fazer boca-de-urna, camiseta não pode usar. As pessoas mais conhecidas levam vantagem", explica. Segundo ele, a meta é aumentar de cinco para oito o número de vereadores do PTB em São Paulo

Questionado sobre a onda de filiações, o deputado rejeita um viés fisiológico. "Eles têm mensagem, não é um negócio vazio", afirma. "Estamos fazendo cursos para aprimorar essas pessoas, para que não digam amanhã que nós trouxemos pessoas apenas para chamar a atenção da opinião pública", explica.

E defende seus filiados. Sobre o estilista Ronaldo Esper, afirma que se trata de "um homem preparado, culto", que quer ser "instrumento da política" para atender "às demandas sociais reprimidas".

Esper, conhecido pelo estilo polêmico, envolveu-se em um escândalo no início do ano, quando foi preso pela suspeita de roubar vasos em um cemitério. Absolvido pela Justiça, ele não pretende esquecer o episódio durante a campanha.

"Aquele cemitério, minha filha, é um museu de horrores, 70% destruído. Você pode até por: o Ronaldo vai fazer uma varredura nos cemitérios", diz, afirmando que não fará isso "por vingança", mas por achar que "um ser humano que morreu merece o respeito de ser enterrado e respeitado".

drag queen Léo Aquilla também cobra respeito, mas deixa claro: não está defendo apenas a bandeira da causa gay. "Eu quero defender todas as minorias: os gays, os negros, os deficientes, os obesos, os anões", conta.

Ele explica que, caso eleito, apresentará um projeto para criar uma nova disciplina no currículo escolar, chamada "inteligência emocional".

"Essa disciplina vai se encarregar de falar para as crianças sobre amor ao próximo, isso vai incluir religião, vamos falar de Deus, de respeito ao próximo, de tolerância, de paciência. É uma disciplina que visa humanizar as pessoas".

Marly Marley também vai na linha das minorias. Diz que não agüenta mais ver "velhinhos jogados em corredores de hospital" e quer defender o direito dos homossexuais.

A modelo e empresária Renata Banhara se filiou ao PTB e defende a entrada de artistas na política.

"O artista não se envolve nisso (em casos de corrupção) porque tem uma visão um pouco lúdica do mundo. Ele acha que o mundo pode ser melhor, diferente do discurso de políticos engravatados que não têm tanto essa visão, (têm) a maldade por trás de todo um direcionamento", conta.

"Fã" do presidente do partido, Roberto Jefferson, ela diz que ainda não decidiu se será candidata ou não, mas já discursa pela legenda. "Quando ele tirou o manto sagrado do PT, e mostrou quem era o PT, aquilo pra mim foi um divisor de águas na política brasileira, porque tantos como eu pensavam que havia oposição, né? E a oposição não era oposição, era posição", explica.

Rita Cadillac brinca -- “como dizem, sou uma pré [candidata]” --, mas ainda não tem um projeto formulado para apresentar na disputa por uma vaga na Câmara de Vereadores de Praia Grande. Questionada sobre a candidatura, responde apenas que “se eu posso fazer alguma coisa em benefício da cidade, por que não?”.

Conhecida pela participação no Programa do Chacrinha, entre os anos 70 e 80, a dançarina também fez shows em prisões e chegou a gravar um filme pornô. Diz que “gosta da filosofia do PTB” e que está deixando a vida artística. “Estou trabalhando de vez em quando. Eu já estou na base do “vamos brincar de trabalhar””, conta.

O apresentador Sérgio Mallandro avisa que vai "estudar o que é ser vereador" antes de decidir se será mesmo candidato. Para ele, a candidatura só terá sentido se puder ajudar "pessoas carentes, universitários", o que pretende descobrir nos próximos meses.

"Vou visitar a Câmara de Vereadores, ver em que eu posso ser útil, como posso retribuir toda esse carinho com que São Paulo sempre me abraçou devido à minha profissão", diz.

Fonte: G1/ Mária Angélica Oliveira



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