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Com cadaminuto //
Caiu como uma bomba, no meio político alagoano a matéria da jornalista alagoana Izabele Torres no Correio Braziliense, que revela a contratação por parte da prefeitura municipal de Marechal Deodoro de uma empresa fantasma comandada pelo engenheiro e ex-vereador Ronaldo Melo no valor de R$ 5 milhões, para a construção de um dissipador de energia — uma espécie de barreira para conter o avanço do mar.
O prefeito Cristiano Matheus (PMDB) não se manifestou na matéria e o engenheiro responsável reconheceu para a reportagem do Correio Braziliense que a construtora não existe e que no endereço dado para a Receita Federal está um sítio abandonado de propriedade do irmão do engenheiro localizado em Paripueira.
“Realmente não tenho sede. Me registrei em Paripueira porque tenho amigos por lá. Mas acho que o que conta mesmo para fazer uma obra dessa é o currículo do engenheiro. Não teve licitação porque a obra é emergencial. Então o prefeito me escolheu. Tenho a empresa, mas ela sou eu”, disse ele para a reportagem.
Em uma consulta ao Portal da Transparência do Ceará o Cadaminuto verificou que a empresa do engenheiro, Grecia Engenharia LTDA, também executou em 2009 uma obra semelhante em uma cidade do Ceará, Caucaia, que é comandada pela prefeita Inez Arruda (PMDB) acusada pela Assembleia Legislativa daquele Estado por irregularidades nos processos licitatórios.
No lançamento da obra Ronaldo Melo deu entrevista ao jornal O POVO do Ceará e disse que o mesmo procedimento, a tecnologia “bag wall”, utilizada há mais de 50 anos nos Estados Unidos, já havia sido realizada pela Grécia Construtora em três municípios alagoanos,mas estas cidades não foram citadas.
O Cadaminuto entrou em contato com a assessoria do deputado federal João Lyra, citado na matéria como padrinho do engenheiro, e ele refutou qualquer tipo de relação, dizendo que não conhece o empreiteiro.
O Assessor do deputado, Volney Mata, disse a reporter fez confusão com outro Ronaldo Melo, este agrônomo, que jamais teve relação com qualquer empresa e que trabalha como diretor ambiental do Grupo JL.
"Foi um erro grosseiro e já estamos entrando em contato com jornal para que se desfaça este engano" explicou ele.
A obra de Marechal Deodoro que já teve os recursos disponibilizados está longe de ser concluída.A matéria também faz referências a irregularidades em Santana do Mundaú e Branquinha, estas já de conhecimento do Ministério Público de Alagoas.
