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24/09/2007 00:00:00

Alagoas


Alagoas

A exploração sexual de menores da orla lagunar, atinge um índice alarmante e fez com que moradores do conjunto Virgem dos Pobres, realizassem no início da semana, uma manifestação em frente a Prefeitura de Maceió, no bairro do Jaraguá, para cobrar do prefeito Cícero Almeida, o apoio para que sejam desenvolvidos trabalhos sociais, objetivando tirar as menores da prostituição que vem aumentando a cada dia naquela área, principalmente nos períodos noturnos onde adolescentes de 12 a 13, ficam sentadas a margem da pista a espera de um parceiro para se prostituir.

 “Estamos vivendo um sério problema em nossa comunidade. São dezenas de adolescentes de 12 a 14 anos que já são mães, são as vitimas da exploração sexual de menores e que sem nenhuma perspectiva de vida, acabam se prostituindo a margem da pista. Precisamos que o direito da criança seja respeitado. Por várias vezes procuramos o Conselho Tutelar e não fomos atendidos, sabemos que fazemos parte de uma minoria de excluídos, mas estamos lutando pelos nossos direitos conforme determina a lei”, disse a líder comunitária Vânia Teixeira.

Sob o domínio do tráfico
 

Foram dezenas de adolescentes grávidas que compareceram a manifestação e cada uma com uma história diferente e triste para contar, como é o caso da menor C.L.M, que foi vitima de um traficante logo ao completar 12 anos.

“Não conheci meu pai apenas a minha mãe que todas as noites, saía para “trabalhar” e só voltava ao amanhecer. Quando eu tinha dez anos morando na favela, tive a minha primeira experiência sexual, mas não fui desvirginada o cara queria apenas que eu o masturbasse” e recebi dois reais e assim se foi, mas quando completei quase doze anos, minha mãe não passava de uma alcoólatra e eu tive que sustentar a casa, usando o meu corpo.

Uma cara que era traficante e que já foi morto pela polícia me embriagou e eu fiquei com ele. Sangrei muito, porque eu era apenas uma criança. Ele me deu R$ 10,00, como não tinha emprego nem nada mais a perder, passei a fazer programa na beira da pista, contou rapidamente a sua história a menor C.L.M., 16 que hoje está com uma filha de apenas cinco meses.

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 “Essas crianças já são mães,  mas precisamos com urgência salvar as filhas delas, para que não sigam o mesmo caminho. Na favela, não existe nenhuma assistência por isso estamos aqui para cobrarmos do prefeito as ações sociais, que venham a beneficiar essas crianças.

Todos os anos  estamos reclamando e até agora nada de concreto nos foi passado. Não adianta ir na televisão e dizer que está tudo bem porque a realidade é outra completamente diferente. Continuamos excluídos e sem nenhuma opção de melhora. As crianças estão necessitando de melhores atendimentos de saúde”, reclamou Vânia Teixeira.

Delegacia de Combate aos Crimes Contra Crianças
Atesta aumento em 70% em relação ao ano passado
 

Os casos de violência sexual contra menores,  aumentaram em aproximadamente 70% em relação ao ano passado. A afirmativa é do chefe de operação da delegacia de Combate aos Crimes contra Crianças, João Elias, informando que este ano já foram feitos 150 inquéritos de crianças que foram vitimas de abuso sexual, desde ao atentado ao pudor ao estupro. Segundo eles, na maioria desses inquéritos os acusados são os próprios membros da família, como pai, padrasto, irmão e primos.

“Só este ano, já realizamos 25 flagrantes e encaminhamos todos os inquéritos a Justiça. É triste dizer mas, na maioria dos casos os próprios pais é que empurram as crianças para a prostituição, realizamos vários procedimentos dessa espécie e a alegação é de que a falta de emprego para os país, vem colocando essas adolescentes na prostituição.

Existem casos que os pais atuam como autênticos gigolôs. Enquanto o pai e mãe ficam tomando cachaça, a menor vai para a margem da pista a espera de clientes. Muitas vezes quando chegam sem o dinheiro, terminam apanhando. Entregam o pouco que ganhou e ainda dormem sem se alimentar que serve de castigo por não haverem conseguido uma importância maior”, lamentou João Elias.

Policia Rodoviária Federal combate a prostituição nas estradas

Inspetor diz que o trabalho é árduo mas está dando resultado

 O inspetor Jerferson Santos, da 1ª delegacia da Polícia Rodoviária Federal, informou que aquela instituição vem realizando um trabalho de combate a prostituição infantil, diuturnamente e na quinta-feira uma menor MLS, 13 foi recolhida no posto de combustível Didonê. Ela estava tentando carona como sempre fazem.

“Nossa equipe flagrou essa menor ás 17 horas e a encaminhamos para o Conselho Tutelar. Nós atuamos em todos os 840 quilômetros da rodovia estadual e nossas atenções especiais estão voltadas também no combate a prostituição infantil “, disse o inspetor.

Jerferson Santos, detalhou que em vários procedimentos registrados pela PRF, os pais é quem estão obrigando as crianças a se prostituírem. “Já nos deparamos com vários casos dessa natureza e lembro muito bem que este ano foi registrado um flagrante contra um caminhoneiro, abrimos inquérito e enviamos o caso para a justiça. Estamos durante as 24 horas do dia atentos para esses casos que eu considero da maior gravidade”,


com alemtemporeal // Cícero Santana



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