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Alagoas
09/01/2011 19:33:46

Municípios de AL vivem apagão bancário


Municípios de AL vivem apagão bancário
Agência do Bando do Brasil


Com gazetaweb // vitória alcantara e severino carvalho

 

Quase oito quilômetros separam os municípios sertanejos de Maravilha e Ouro Branco. Quase nada para quem faz o trajeto de automóvel. Mas os exatos 7,8 km entre as duas cidades alagoanas representam a distância em anos-luz entre contar com uma agência bancária onde se mora e depender de deslocamento para ter acesso aos serviços oferecidos. É nesse ‘apagão bancário’ que vive a população ourobranquense e milhares de outros alagoanos que só sabem o que é banco quando viajam alguns quilômetros.

Dos 102 municípios alagoanos, 57 não possuem agência bancária. Em alguns, os serviços básicos como saques, depósitos e pagamentos são realizados em correspondentes ou postos de atendimento bancário. Apenas 15 cidades apresentam rede bancária com mais de duas agências e na sua maioria de bancos estatais (Caixa Econômica, Banco do Brasil e do Nordeste). Veja quadro ao lado
Os dados do Banco Central (BC), compilados pelo economista Cícero Péricles, mostram o descompasso que existe no Estado.

Cartões de crédito, talão de cheques e acesso a serviços bancários. Esse arsenal financeiro, antes restrito às camadas mais ricas da população brasileira, começou a fazer parte da rotina das classes mais pobres. Chamado de “bancarização”, o fenômeno vem crescendo de forma vertiginosa nos últimos anos e obrigando a rede financeira a repensar conceitos e focar neste público.

“Com o fortalecimento do poder de compra das classes C e D, a tendência é de aumentar a bancarização, que já vem se mostrando consistente. Nos últimos dez anos, os bancos aumentaram quatro vezes a oferta de empréstimos e financiamentos. Foi uma década de crescente inclusão financeira, em que o crédito como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) cresceu de menos de 30% para mais de 46%. O número de contas correntes, que hoje passa de 120 milhões, cresceu 127%. A quantidade de cartões de crédito foi multiplicada por quatro e supera os 130 milhões”, enumera o diretor-executivo da Rede Norte Santander, Pedro Coutinho.

O economista Cícero Péricles traça o caminho feito pelos consumidores das classes C e D no trajeto que leva às agências bancárias e explica por que o processo de abertura de novas unidades deve se ampliar. “Primeiro, este público movimenta o correspondente bancário, as financeiras e, mais na frente, uma parte menor, chega às agências tradicionais. Esse processo tende a se ampliar, da mesma forma como ocorreu nas redes nacionais de magazines e supermercados. Os bancos, a exemplo da Caixa, terão de abrir mais agências”, afirma.

E a Caixa Econômica já está se mexendo. Em dezembro do ano passado abriu quatro unidades no interior. Foram contemplados os municípios de Teotônio Vilela, Murici, Maragogi e Atalaia. Para 2011 a previsão é de inaugurar mais dez agências. Destas, oito serão em Maceió, uma em Arapiraca e uma em Marechal Deodoro. Há expectativa também de licitação para 60 loterias em vários pontos do Estado.

O aposentado José Ferreira da Silva, 58 anos, esteve na manhã de quinta-feira (6) na agência provisória da Caixa Econômica Federal (CEF) de Maragogi em busca de informações com o gerente José Antônio Vivaldo. Ele é um dos correntistas que pretendem migrar a conta aberta em outras agências da região para a unidade bancária recém-instalada em Maragogi, onde reside. “Fica mais fácil. Antes, qualquer probleminha, como o bloqueio do cartão, eu tinha de viajar até Porto Calvo para trocar a senha, fazer o desbloqueio; agora, temos uma agência em nosso próprio município. Isso é bom”, argumentou o aposentado, que, antes de sair, consultou o saldo na sala de autoatendimento.

A agência de Maragogi é uma das quatro unidades provisórias instaladas pela CEF em Alagoas no mês de dezembro de 2010. Elas se tornarão definitivas até o fim do primeiro semestre deste ano, conforme anunciou o superintendente do banco em Alagoas, Gilberto Occhi, quando esteve participando da inauguração da agência Maragogi, no dia 28 de dezembro. Até então, o município praiano, segundo maior polo hoteleiro do Estado, só dispunha de uma agência bancária, a do Banco do Brasil (BB).



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