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Alagoas
09/01/2011 13:51:10

2010: relatório aponta mais de 2,5 mil casos de acidente de moto em AL


2010: relatório aponta mais de 2,5 mil casos de acidente de moto em AL
Ilustração


Com ojornal-al // Fabyane almeida

 

Maior mobilidade, fugir de engarrafamentos, preço mais baixo e economia nos gastos com manutenção e combustível são alguns dos atrativos para quem compra uma motocicleta. O que muitos esquecem é do risco que esse veículo trás, atrelado com à imprudência. Com o aumento da frota, a moto se tornou a segunda maior causa de acidentes de trânsito em Alagoas. Poucos são os casos onde as vítimas conseguem se recuperar e sair sem nenhuma sequela.

 

De acordo com dados divulgados pelo Hospital Geral do Estado (HGE) no ano de 2010 aconteceram 2.513 acidentes envolvendo motos, superior aos 2.435 que ocorreram no ano passado. O maior número de ocorrências acontece no domingo, com homens de 25 a 34 anos de idade no horário das 18 h às 21h, quando aumenta o fluxo de veículos nas ruas de Maceió.

 

Para o diretor geral e Cirurgião do HGE, Carlos Gomes, moto é significado de insegurança. “Hoje só existe dois tipos de motoqueiro o que caiu e o que ainda vai cair. Andar de moto é muito inseguro. A motoneta, que anda abaixo de 50 cilindradas, é vendida a qualquer um, não é necessário ter conhecimento das leis de trânsito, nem usar equipamentos de segurança, o que acaba sendo uma das grandes vilãs desse alto índice. Algumas pessoas ainda usam como meio de transporte para a família de três, até quatro pessoas colocando a vida em risco”, disse Carlos Gomes

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Primeiros cuidados após o acidente

 

Na maioria das vezes vítimas desse tipo de acidente chegam ao hospital com politraumatismo, múltiplas lesões pelo corpo, fratura no ante braço, bacia, membros inferiores, principalmente no femo e tíbia. “Os pacientes passam primeiro pela área vermelha para ser examinado pelo cirurgião, em seguida é encaminhado ao ortopedista, onde é examinado fisicamente, para depois tirar um raio–X. Se for identificado fratura exposta é encaminhado  ao centro cirúrgico para que seja feito o primeiro atendimento e afixados os fixadores externos”, relatou o ortopedista e diretor médico do HGE, Rogério Barboza. “Após os procedimentos legais o paciente espera para ser transferido para algum hospital da rede”.

 

Segundo o ortopedista trauma é algo sofrido pelos jovens que são mais atirados. ”Os jovens por terem a ‘necessidade’ da adrenalina acabam excedendo o limite de velocidade e após o acidente acabam ficando com trauma. Primeiro nós tentamos salvar a vida do paciente, depois salvar o membro afetado, o que nem sempre é possível fazer”, explicou o médico Rogério Barboza.

 

Superação faz parte da mudança

 

Estar certo no trânsito não significa estar imune de se tornar uma vítima de acidente. Assim aconteceu com o jovem Tiago Alexandre Gomes, de 27 anos, o acidente teve uma consequência grave. Na manhã do dia 13 de julho de 2008 o jovem seguia para o médico no momento em que foi surpreendido por um veículo na sua frente, por não ter como desviar acabou batendo e teve uma fratrura na vértebra C3 com pressão na medula e isso o deixou tetraplégico.

 

Segundo Alexandre o acidente aconteceu muito rápido sem dar tempo para frear a moto. “Foi o tempo de virar a cabeça e quando olhei o carro já estava na minha frente e não tive como evitar. Tentei me levantar mais não sentia o corpo o tempo foi passando e a sensação foi piorando. O socorro demorou cerca de 15 minutos para chegar e se eu não tivesse sido bem atendido as sequelas poderiam ser ainda piores”, relatou o jovem.

 

EPI pode salvar vidas

 

Com o aumento da frota de motos, há também um aumento do número de acidentes. Segundo o sargento Oseas Néri, do Corpo de Bombeiros, a pressa é o que tem gerado a maioria dos acidentes. “A maioria das ocorrências acontecem com os entregadores e motoboys, porque sempre andam com muita pressa para sair dos engarrafamentos. Alguns são imprensados entre os carros ou avançam o sinal vermelho”, disse o sargento.

 

De acordo com o diretor geral do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Maceió, José Cleber Santana, o maior número de acidentes no ano de 2010 ocorreu entre carro e moto. “Ano passado ocorreram cerca de 694 acidentes entre carro e moto. O SAMU realiza cerca de 4 atendimentos diários a motoqueiros, que caem, batem em bicicleta, em outra moto e na maioria das vezes em carro”, explicou.

 

O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é necessário aos que andam de moto.”Ainda tem pessoas que insistem em transportar crianças em cima do tanque de combustível e sem o mínimo de segurança e sem capacete”, afirmou José Cleber.



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