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Com cadaminuto //
O jornalista, escritor e advogado Antônio Saturnino de Mendonça Neto faleceu na madrugada desta quarta-feira (10), aos 65 anos de idade, vítima de um câncer. Colaborador do jornal Extra, o jornalista travava uma luta contra um câncer renal, com quimioterapia e outros procedimentos médicos, mas não resistiu.
Mendonça Neto ficou conhecido como “A voz que não se cala”, devido ao seu persistente combate aos ladrões de colarinho branco. Ele dedicou boa parte de sua vida na luta contra a corrupção e em defesa da moralidade pública.
Mendonça Neto nasceu na cidade mineira de Rio Novo, era casado e pai de três filhos. Era um seguidor da linha do ex-governador carioca Carlos Lacerda. Ele faleceu em sua casa e seu corpo será velado no Parque das Flores, onde será sepultado às 18 horas.
Atuante na vida política, Mendonça Neto foi eleito pela primeira vez a deputado estadual pelo extinto MDB, fazendo dobradinha com o deputado federal José Costa em 1974. Também foi eleito deputado federal.
No governo de Fernando Collor em 1986, foi secretário do Planejamento, depois de disputar uma vaga no Senado, perdendo para Suruagy e Teotonio Vilela. Mesmo lutando contra o câncer, o jornalista saiu este ano, como candidato ao cargo de deputado estadual pelo PSOL.
Quando estava em tratamento médico no Rio de Janeiro, Mendonça Neto não deixou de cumprir sua função como jornalista e, principalmente, de se preocupar com as causas nobres de Alagoas, terra que adotou como mãe, como pode ser visto em um trecho de um de seus textos:
“Penso que o problema essencial de Alagoas não é a corrupção que avilta o seu povo e condena o seu destino a ser um destino de pobreza e submissão. Para mim, é a falta de autoridade dos governantes que castiga a nossa terra, falta de autoridade para impor que os recursos do Estado sejam gastos com o povo alagoano, sem a desonestidade ou a incompetência dispersiva dos que ocupam cargos públicos, como barganha política do que por merecimento”.
Jornalista Mendonça Neto
