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13/10/2010 00:00:00

Tv Tribuna União


Tv Tribuna União

Da Redação // franco maciel – a terra da liberdade 13/10/2010

Com a presença Prefeito do Município Dr. Areski Freitas, da Primeira Dama Gabriela Yasmin, do ex-governador Manoel Gomes de Barros, do Vice Prefeito Adeildo Sotero, do novo Comandante de 2º BPM major Menezes, Vereadores, quase todo secretariado municipal, diretores escolares, professores e convidados, o município realizou uma rápida solenidade comemorativa aos 179 anos de Emancipação Política do Município na manhã desta terça feira 13, que foi abrilhantada pela banda de fanfarra da Escola Salomé Barros, e do sistema Viegas de Comunicação, um dos melhores do interior de Alagoas no seu estilo.

Após o hastamento dos pavilhões do Brasil, do Estado e do Município, o Vice-Prefeito Adeildo Sotero disse que a não realização de uma festa pomposa se deveu ao fato do município ter sido um dos mais atingidos pela ultima cheia de junho, fato que inviabilizou uma festa pomposa “como a comunidade merece” disse o político que também exercer o cargo de Secretário de Obras.

Após a solenidade e os discursos, foi servido um café da manhã no primeiro andar da Prefeitura, e a festa se encerrou com o desfile da Banda de Fanfarras da Escola Salomé da Rocha Barros pelas ruas principais da cidade.

Os primeiros sinais de presença humana em nossa região, datam de finais do século XVI, quando um grupo de 40 escravos, que fugiam de um engenho de açúcar próximo de Porto Calvo - o mais antigo vilarejo do sul da Capitania -, estabeleceu o seu primeiro quilombo na chapada oriental da Serra da Barriga, na região de Palmares (cujo nome se deve à abundância da palmeira pindoba, Palma Atalea Pindoba), uma imensa floresta que ia da parte superior do rio São Francisco ao Cabo de Santo Agostinho, a 120 quilômetros do Oceano Atlântico.

Era, ao que tudo indica, uma área ainda virgem, e se tratava de um refúgio ideal, de uma espécie de fortaleza defendida pela mata e pelas montanhas. A caça, a pesca, os frutos, plantas e raízes garantiam a sobrevivência do grupo, que lançava de tempos em tempos destacamentos contra os engenhos próximos em busca de armas e instrumentos de trabalho.

Obrigados inicialmente a viver da caça, da pesca e da floresta, em função da situação de isolamento dos quilombos no fundo da mata, os palmarinos puderam, com o aumento de seus efetivos, diversificar e desenvolver a produção. A fertilidade da terra também contribuiu para isso.


Segundo um documento colonial de certa confiabilidade, o número de palmarinos, em meados do século XVI, poderia ser calculado, em 16 a 20 mil. Esses dados, a despeito de suas imprecisões, apontam para um possível crescimento do Quilombo durante a ocupação holandesa.


Os quilombos palmarinos foram concebidos como fortalezas. Cercados por paliçadas espessas, com fossos e armadilhas, o acesso a seu interior se fazia através de portas colocadas segundo os pontos cardeais. O numero de ruas ou de casas variava de um para outro, mas sempre se encontravam a Casa do Conselho, o templo, cisternas, oficinas de ferreiros e oleiros e um terreno de cultura. As ruas dos quilombos eram traçadas à maneira africana (geralmente uma rua única, longa e reta), como atestam diversos documentos, portugueses e holandeses.

Logo após a expulsão das forças holandesas, as comunidades palmarinas ocupavam uma região montanhosa de 360 quilômetros de extensão, nas proximidades das principais vilas do sul da capitania de Pernambuco.


O quilombo “Macaco”, situado na Serra da Barriga, era a capital palmarina. Ganga-Zumba, então o principal dirigente dos quilombos, aí residia. Formado por cerca de 1.500 casas, “Macaco” era completamente fortificado.


O Quilombo dos Palmares foi a primeira tentativa de vida livre promovida pelos trabalhadores africanos nas Américas, surgindo por volta de 1580 e durando até 1695, ano em que foi morto Zumbi, seu principal líder.

Logo após o extermínio do Quilombo dos Palmares, a solução para as terras, que pertenceram durante anos ao quilombo, seriam, de fato, a ocupação delas. Essa era uma forma de que se tornasse impossível, no futuro, o aparecimento de um novo quilombo.

A região palmarina prestou-se a isso pela qualidade do solo, que se provou ser excelente para os mais diversos tipos de cultivo. A maior parte das terras coube aos proprietários de engenhos e fazendeiros estabelecidos em áreas próximas. Apenas algumas parcelas de terreno couberam às forças de Domingos Jorge Velho, aos índios aliados das forças coloniais ou ao Terço dos Henriques: a Coroa alegou que eles não haviam feito a “dita guerra com os seus próprios meios”.

Após a extinção do Quilombo dos Palmares originou-se um pequeno povoado denominado “Macaco” - mesmo nome do mocambo principal do famoso quilombo -, que teve suas primeiras habitações erguidas nas proximidades de um cruzeiro, fincado à margem esquerda do rio Mundaú, em local onde havia vasta mata pródiga em símios. O erguimento do cruzeiro se deu como uma forma de estabelecer a religião católica na localidade.

OCUPAÇÃO DAS TERRAS


A lenta ocupação do território palmarino mudou a fisionomia da região. Naquela época era de costume o governo português doar sesmarias (grandes extensões de terra) para as pessoas interessadas em cultivá-las.

Um desses privilegiados foi o português Domingos de Pino, que ganhou, do Governo Colonial, uma sesmaria que abrangia partes de União dos Palmares, Santana do Mundaú e São José da Laje, e escolheu como sede a Fazenda Gorda (atual Fazenda Gordo).

Domingos de Pino, considerado o colonizador de nosso município, chegou à região em meados do século XVIII, aproximadamente em 1748, e com ele trouxe uma imagem de Santa Maria Madalena, do qual era devoto.

A imagem da Santa era esculpida em madeira de lei (cedro do Líbano) e como forma de devoção, perto da casa-grande de sua fazenda, que ficava às margens do Rio Mundaú, mandou erguer uma modesta e tosca capela e nela entronizou a imagem da Santa.

Na capela, lavrada em estilo colonial e construída para satisfazer as necessidades do culto católico, se realizavam ofícios religiosos vez ou outra, pois o pároco tinha que vir de Atalaia, vila ao qual o povoado de Macaco era agregado.

Segundo o historiador Jairo Correia Viana (In Memoriam), Domingos de Pino fez doação não só de vasta área de terra do qual era dono, mas também da imagem de Santa Maria Madalena, aos poucos habitantes do lugar.

Segundo o escritor palmarino Carlos Povina Cavalcanti (In Memoriam), os moradores do pequeno povoado passaram a construir o seu casario pobre às margens do rio Mundaú. A Rua do Jatobá teria sido a primeira rua de nossa cidade, justamente por estar situada às margens do rio, mas, como se sabe, a cidade não parou nos logradouros ribeirinhos e alçou-se para outros lugares mais distantes dele.


Várias famílias se mudaram para o pequeno povoado, desenvolvendo, assim, a região. Uma dessas famílias era formada pelo casal João Camelo de Amorim e Francisca Correia de Araújo, que no dia 13 de abril de 1810 doou parte de suas terras para o Patrimônio da Santa, como era de costume na época.


As terras doadas pelo casal são as mesmas que até hoje fazem parte do Patrimônio da Paróquia de Santa Maria Madalena.

Como o Rio Mundaú vez ou outra transbordava no inverno e invadia a capela, os fiéis resolveram por construir uma nova capela na parte alta da cidade (onde hoje encontra-se a igreja matriz), sendo esta inaugurada, mesmo que não totalmente concluída, aproximadamente em 1830.

Ao redor da nova capela surgiu uma nova rua, a Rua de Cima, que, porventura, recebeu esse nome justamente por ficar em um lugar mais alto que a outra rua, a Rua do Jatobá.


Como forma de homenagem à Santa, este povoado recebeu seu segundo nome: \"Santa Maria Madalena\". Essa seria uma forma de estabelecer definitivamente a religião católica no lugar, que antes, com foi dito anteriormente, tinha sido povoado pelos negros quilombolas.

A Mãe de Deus era uma presença indispensável em todos os agrupamentos humanos. E os cristãos surgentes dos escombros da Cerca-Rial-de-Macacos escolheram aquela que ainda hoje é padroeira da Cidade: Santa Maria Madalena. (CAVALCANTI, 1969)

Como em muitos outros municípios brasileiros, União dos Palmares teve sua origem ligada ao patrimônio religioso que foi constituído a partir da construção da Igreja Matriz de Santa Maria Madalena, padroeira do município. A transferência da igreja das margens do rio para a parte alta da cidade foi fundamental para a expansão do seu núcleo urbano em função de ser um local mais plano.

O comércio, que antes funcionava em uma área próxima ao rio, também mudou para próximo da nova capela. Este lugar, então, passou a ficar mais valorizado e começou a ser ocupado por todos que possuíam renda suficiente para se manterem nesses locais.

EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

Sua proximidade com Pernambuco e as histórias contadas do Quilombo dos Palmares, fez com que o pequeno vilarejo fosse reconhecido como reduto de assassinos e malfeitores, e foi dessa forma que se constituiu a povoação dessa região.

Muitos criminosos de Pernambuco procuravam refúgio neste povoado e por aqui ficavam. Esta realidade fez com que o poder público da região reconhecesse a necessidade de elevar a dita povoação à categoria de vila, pela urgência de colocar nela autoridades judiciárias e policiais.

Em 13 de outubro de 1831, o lugar foi elevado à categoria de Vila e desmembrado do município de Atalaia. Decreto formulado pelo ouvidor da comarca de Alagoas, Manoel Messias de Leão, em 21 de fevereiro de 1833.

VILA NOVA DA IMPERATRIZ

O segundo nome não durou por muito tempo. Segundo Povina Cavalcanti (1969), “apareceram os primeiros políticos e, com eles, as primeiras bajulações. Era preciso dar ao povoado a proteção da Corte”.

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Os políticos de nossa cidade resolveram homenagear a Imperatriz Amélia de Leuchtenberg , consorte de D. Pedro I , e a vila, passou a chamar-se: “Vila Nova da Imperatriz”, através da resolução provincial nº 08, de 10 de abril de 1835. Na ocasião, a vila figurava somente com o Distrito-Sede.

Durante um bom tempo a paz reinou na vila, recém criada. O comércio, enfim, prosperou e a população crescia cada vez mais.

CRIAÇÃO DA FREGUESIA

A criação da freguesia se deu pela Lei Provincial nº 08, de 10 de abril de 1835, sob o padroado de Santa Maria Madalena, subordinada eclesiasticamente à arquidiocese de Maceió.

Foi por essa época que tiveram início os festejos de nossa excelsa padroeira, Santa Maria Madalena, tendo como data máxima o dia 22 de julho (dia consagrado à Santa pela Igreja Católica). Mas, devido ser essa uma época chuvosa, a data máxima foi transferida para 02 de fevereiro.

PRIMEIRO PÁROCO


Em 26 de dezembro de 1836, a vila recebia com festas, seu primeiro pároco, o português José Tavares de Mendonça Sarmento (Padre Sarmento). Paróco que permaneceu até 28 de abril de 1849.

CRIAÇÃO DA COMARCA


Imperatriz fez parte da Comarca da Vila de Alagoas até 1833, quando passou para a de Atalaia. Sua própria comarca foi criada pela Lei nº 233, de 03 de março de 1854, com o termo de Assembléia (Viçosa) anexado, o qual dela foi desmembrado em 1870, para pertencer novamente à comarca de Atalaia. Atualmente, é de 2ª entrância e sua jurisdição abrange também o termo de Santana do Mundaú.

IMPERATRIZ PERDE A SUA EMANCIPAÇÃO


Passado algum tempo, a paz que reinava na freguesia acabou. As discussões partidárias, as desavenças locais e intrigas de famílias pela posse do mando e predomínio da região, fizeram a vila retroceder, restabelecendo-se ali o domínio do bacamarte e prevalecendo o direito do mais astuto ou mais forte.

Sendo assim, através da Lei Provincial nº 737, de 07 de julho de 1876, Imperatriz teve a sua emancipação extinta e seu território anexado novamente ao município de Atalaia, como simples distrito.

IMPERATRIZ PASSA SER DISTRITO DA VILA DE SÃO JOSÉ


No ano de 1877, a Assembléia Provincial promulgava a Lei nº 737, de 07 de julho de 1876, criando a Vila de São José, atual São José da Laje. Essa lei gerou polêmica porque ao mesmo tempo em que criava a Vila de São José, para esta transferia a sede de Imperatriz, já que esta havia sido anexada novamente ao município de Atalaia. Os moradores de Imperatriz organizaram um movimento alegando que a Lei nº 737 havia sido injusta para os interesses políticos da época e na prática a tal lei não foi cumprida.

IMPERATRIZ NOVAMENTE É EMANCIPADA

O povoado que tinha perdido o direito de vila, só seria elevado novamente à categoria através da Lei Provincial nº 956, de 13 de julho de 1885. O retorno neste momento pode ser explicado por conta da inauguração da estrada de ferro um ano antes.

A ferrovia veio a modificar a dinâmica local. Notável transformação se operou a partir de então, quer seja na ordem material, quer seja na ordem moral e social. O trato cotidiano com os passageiros que ali iam a negócio ou visita, bem depressa modificou os hábitos e costumes dos seus habitantes.

O comércio da vila prosperou e importantes casas de negócio a retalho e compra de gêneros para exportação foram ali estabelecidas. Nesta mesma época, deu-se a conclusão da igreja matriz, que por tantos anos permanecera ao desamparo. A companhia servia com irregularidade a zona atravessada pela ferrovia, transportando, principalmente açúcar, algodão e gêneros de primeira necessidade.

Através da construção da linha férrea, a pequena vila realmente passava a existir para as outras freguesias e, a partir daí, teve um notável crescimento.

A FÁBRICA

A ferrovia veio a modificar a dinâmica local. Notável transformação se operou a partir de então, quer seja na ordem material, quer seja na ordem moral e social. O trato cotidiano com os passageiros que ali iam a negócio ou visita, bem depressa modificou os hábitos e costumes dos seus habitantes.

O comércio da vila prosperou e importantes casas de negócio a retalho e compra de gêneros para exportação foram ali estabelecidas. Nesta mesma época, deu-se a conclusão da igreja matriz, que por tantos anos permanecera ao desamparo. A companhia servia com irregularidade a zona atravessada pela ferrovia, transportando, principalmente açúcar, algodão e gêneros de primeira necessidade.

Através da construção da linha férrea, a pequena vila realmente passava a existir para as outras freguesias e, a partir daí, teve um notável crescimento.

Foi por conta da estação que o engenheiro inglês Peter Smith decidiu instalar na vila a “Companhia de Óleos Vegetais”, companhia inglesa que explorava o fabrico de óleo extraído do caroço do algodão. Imperatriz possuía, na época, extensa plantação algodoeira e já contava com muitos descaroçadores, como indústria subsidiária daquela, que se propunha a substituir o azeite de oliva importado.

UNIÃO

A elevação à categoria de cidade deu-se com a Lei nº 1.113, de 20 de agosto de 1889, e através do decreto nº 46, de 25 de setembro de 1890, seu nome passa a ser \"União\". Tudo indica que esse nome se deve ao fato da cidade unir através da ferrovia os Estados de Alagoas e Pernambuco, lembrando que, inicialmente o ramal ferroviário interligava União a Maceió, só mais tarde o ramal realizaria a atual ligação entre Alagoas e Pernambuco.

CIDADE DO CRIME

Porém, apesar do nome \"União\" sugerir paz e tranqüilidade, o que se via na pequena cidade não correspondia ao nome dado. União voltou novamente no tempo e era tida como a mais desunida das comunidades do interior alagoano. Houve um tempo que a sua fama de \"cidade do crime\" corria o Nordeste.

Em União imperava o cangaço e a impunidade dos criminosos passou a constituir-se num problema social da maior gravidade. Os coronéis eram os mandões. Acoitavam homicidas e os defendiam nos júris, sob o simulacro de conselhos de sentença adrede preparados. Foi por esse tempo que se popularizou em União (estávamos na primeira década do século) esta saborosa quadrinha do seu folclore:

Macacos era meu nome,

Santa Maria adotei;

Imperatriz nunca fui,

União nunca serei.

Na União daquele tempo brigava-se por nada. Era comum carregarem em rede os defuntos, trazidos das cercanias da cidade para o cemitério local. As redes apresentavam grandes manchas de sangue das vítimas.

O uso de arma no bolso, do revolver ou punhal na cava do colete, quando não na cintura, era a coisa mais natural do mundo. Em plena rua mostravam suas armas e faziam trocas. Não havia proibição legal para o seu uso. Era como se as armas fossem um complemento do vestuário.

Tão logo o menino se enfeitava de rapazote, achava que “para ser homem” precisava andar armado. Cedo conseguia dos pais permissão para caçar passarinhos de espingarda.


União era uma terra de gente que não levava desaforo para casa. A cidade era marcada pelo signo da morte, sua fama corria o mundo. 90% dos homens andavam armados.

UNIÃO DOS PALMARES

Mais tarde, pelo decreto de Lei Estadual nº 2909, de 30 de dezembro de 1943, acrescentou-se Palmares ao nome da cidade, passando a cidade a se chamar União dos Palmares. Esse acréscimo se deu como forma de homenagem ao Quilombo dos Palmares que nessa terra existiu.

União dos Palmares é de batismo recente, conferido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que com esse nome visou a dar à Cidade um acento evocativo do seu passado. Palmares é uma legenda da Tróia Negra. Lembra um símbolo histórico e revive um episódio épico. (CAVALCANTI, 1969)

Fontes de pesquisa:

APRATTO, Douglas. Capitalismo e ferrovias no Brasil: as ferrovias em Alagoas. Maceió: EDUFAL, 1979.

BARROS, Reinaldo Amorim de Barros. ABC das Alagoas - Dicionário Biobibliográfico. Histórico e Geográfico de Alagoas. Tomo II - GZ. Brasília: Senado Federal, 2005.

BOMFIM, Edilma Acioli. Mulheres Alagoanas: Memória Feminina de Alagoas. Maceió: Jornal Gazeta de Alagoas, 03 de agosto de 2001.

BRASIL, Estação Ferroviárias do. União dos Palmares (antiga Imperatriz). Disponível em http://www.estacoesferroviarias.com.br/alagoas/uniao.htm. Acesso em 08 de setembro de 2010.

CAVALCANTI, Carlos Povina. Vida e Obra de Jorge de Lima. Rio de Janeiro: Edições Correio da Manhã, 1969.

CAVALCANTI, Carlos Povina. Volta à Infância - Memórias. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, INL. 1972.

FILHO, Ivan Alves. Memorial dos Palmares. Brasília: Fundação Astrojildo Pereira, Editorial Abaré. 2008.

GAZETA DE ALAGOAS. Enciclopédia dos municípios de Alagoas. Maceió: Instituto Arnon de Mello, 2006.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. União dos Palmares. Disponível em http://www.ibge.gov.br. Acesso em 05 de abril de 2009.

JUNIOR, Monteiro. Um Breve Ensaio: Uma Outra História. União dos Palmares: 2009. Disponível em http://aterradaliberdade.blogspot.com/2009/12/um-breve-ensaio-uma-outra-historia.html.

O filme \"Um Bravo do Nordeste\", de Edson Chagas, é considerado o primeiro longa metragem realizado em solo alagoano. Mas o que pouca gente sabe é que ele foi filmado em nosso município, União dos Palmares. Uma lástima é que nada restou dessa obra. O filme desapareceu juntamente do seu realizador, o cineasta pernambucano Edson Chagas.

Segundo o testemunho pessoal de Nice da Rocha Aires (1913 - 2003), uma de suas atrizes que fez o papel de \"mocinha\", o longa foi filmado na Fazenda Anhumas e na Fazenda Santo Antônio da Lavagem. Dele participaram ainda, Francisco da Rocha Cavalcanti (1897 - 1970), tio da depoente, que fazia o papel de \"vilão\"; Ernani Passos; e Adalberto Montenegro. O diretor de fotografia foi Guilherme Gaudio e o produtor Antônio Rogato.

Uma curiosidade do filme é que nas cenas mais perigosas não foram utilizados dublês e sim os próprios atores, que muitas vezes se machucaram para realizar as filmagens. O filme foi exibido pela primeira vez no dia 06 de maio de 1931, em sessão especial no Cinema Capitólio, em Maceió. Logo em seguida o cineasta Edson Chagas botou a única cópia do filme debaixo do braço, ganhou chão e uma de suas últimas aparições foi em Pilar, ainda em solo alagoano, onde também exibiu o filme.

O filme é tipo um “faroeste” e conta a história de um ladrão de gado que tenta ludibriar um rico proprietário, comprando dele o seu gado. Chegando à fazenda, o ladrão apaixona-se pela filha do coronel e pede ela em casamento. Vendido o rebanho, o fazendeiro vai ao banco depositar o dinheiro, mas o caixa recusa-se a receber em virtude de ser dinheiro falso.

O filme, que custou a soma de 30 contos de réis, foi rodado em União dos Palmares por iniciativa de Francisco da Rocha Cavalcanti e sua estréia, em 1931, foi marcada por grande festividade no governo de Álvaro Pares, cuja esposa era amiga pessoal da atriz, Nice da Rocha Aires (1913 - 2003).


Quem foi Edson Chagas?

O cineasta Edson Chagas nasceu numa fazenda perto de Gravatá, Pernambuco, onde trabalhou com abate de porcos. Ao se mudar para o Recife, em 1918, conheceu Gentil Roiz, na época dono de uma oficina de ourivesaria, na qual trabalhou por alguns anos. Após um curso de fotografia no Rio, Edson Chagas e Gentil Roiz compraram uma velha câmera numa casa de penhores, por 600 mil réis, e decidiram filmar uma história escrita por Roiz. Edson faleceu em 1959 na cidade de Cantagalo, no Estado do Rio de Janeiro.

Fontes de pesquisa:

Dicionário mulheres de Alagoas ontem e hoje. Página 332. Enaura Quixabeira Rosa e Silva - 2007.

Breve cronologia do cinema - Página 49. F. Silva Nobre - 1982. Enciclopédia do cinema brasileiro - Página 116. Fernão Ramos e Luiz Felipe Miranda - 2000.
ABC das Alagoas: dicionário biobibliográfico, histórico e geográfico de Alagoas - Página 175. Francisco Reinaldo Amorim de Barros - 2005.

Veja o Vídeo

http://www.youtube.com/watch?v=u4YpjItZIUo



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