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29/07/2010 00:00:00

Especiais


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Com melhornoticia // ludmila monteiro

Pesquisas recentes constataram o óbvio: Alagoas lidera o ranking de pobreza do Brasil. O Estado, cujo crescimento econômico não está em sintonia com o resto do país, também fica para trás em termos de infra-estrutura, saúde, educação e, sobretudo, distribuição de renda.

A desigualdade social fica ainda mais evidente na capital, Maceió. A mesma cidade litorânea que recebe, anualmente, milhares de turistas do Brasil e do mundo, atraídos por uma das mais belas orlas marítimas do país, exibe, distante dos belos e festivos litorais, um panorama desolador de miséria, fome e abandono.

A mesma Maceió que ostenta a belíssima Ponta Verde e seus edifícios de luxo é a cidade onde dona Valdeci de Oliveira, de 63 anos, construiu o que chama de lar: paredes de papelão, telhado de brasilite e uma estrutura insalubre e imunda ao seu redor.

Há 12 anos, a catadora de lixo reside num trecho da rua Cel. Pedro Jorge de Lima, no Jaraguá. Ao lado dos trilhos da rede ferroviária da capital, dona Valdeci vive num ambiente decrépito: insetos, animais, entulhos, dejetos, alimentos, todos ocupam o mesmo espaço num contato nada saudável.

Dona Valdeci confessa que nunca procurou órgãos competentes para reverter sua situação, mais por falta de conhecimento que por inércia. “Ninguém nunca veio aqui”, ela diz. “A Rede Ferroviária me deu alguns papéis que me autorizavam a morar aqui até que eles encontrassem um terreno onde eu pudesse viver, mas há muito tempo estou apenas no aguardo”.

A senhora revelou não saber muito bem a quem recorrer. Ela, que vive de reciclagem, apenas deseja ser orientada e fazer valer seu direito de, como cidadã, possuir a dignidade de um lar decente.

 

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