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06/09/2007 00:00:00

Política


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Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara nesta quarta-feira (5), o irmão do senador Renan Calheiros, deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), negou ter intermediado reuniões da construtora Gautama com ministros em Brasília.

O deputado admitiu conhecer o empresário Zuleido Veras e a engenheira Fátima Palmeira, ambos da construtora, por ter sido secretário de estado em Alagoas e a empresa participava de obras no estado. As informações são da “Agência Câmara”.

Calheiros respondeu a questões do deputado Sandes Júnior (PP-GO), relator do processo contra ele por quebra de decoro parlamentar por suposta participação em fraudes em licitações públicas em programas governamentais.

Ao Conselho de Ética, Olavo Calheiros negou ainda ter apresentado emendas ao Orçamento favorecendo a construtora. O PSOL, autor da representação contra o deputado, cita uma conversa gravada entre Zuleido Veras e Fátima Palmeira, na qual mencionam uma emenda que teria sido apresentada por Olavo Calheiros, beneficiando a empresa.

O deputado, segundo informações da Câmara, já apresentou sua defesa por escrito, afirmando que a representação oferecida contra ele está baseada em reportagens “de conteúdo inverídico, leviano e irresponsável”. Ele teria solicitado o arquivamento da representação ou, caso o processo continue, que seja julgado improcedente.

Calheiros disse ainda que, em 2003, apresentou emenda à LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para as dez obras mais importantes para Alagoas, entre elas a do porto de Maceió. Lembrou que era integrante da Comissão Mista de Orçamento e disse que atendeu a pedido do governo estadual.

Schincariol

Sobre o caso envolvendo a cervejaria Schincariol, o deputado disse que a vendeu sua empresa de refrigerante para a cervejaria em uma negociação intermediada por seu amigo Mario Graef, que é fornecedor da Schincariol.

Calheiros disse ainda que a operação de venda foi feita em 36 parcelas e que a cervejaria assumiu débitos de sua empresa.

Na denúncia contra Calheiros, o PSOL cita acusações publicadas na revista “Veja”, segundo a qual a cervejaria teria comprado por R$ 27 milhões uma fábrica de refrigerantes avaliada em no máximo R$ 10 milhões, pertencente a Olavo Calheiros. A cervejaria nega qualquer irregularidade na transação.

Doação

O deputado admitiu ter recebido doação eleitoral da cervejaria Schincariol. Mas enfatizou que a doação foi "legal e declarada". Calheiros também admitiu ter recebido a doação de um terreno da prefeitura de Murici (AL), avaliado em R$ 750 mil, para sua fábrica de refrigerantes quando seu irmão Remi Calheiros era prefeito.

Questionado pelo líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), se não considerava a doação "imoral", Calheiros respondeu que não "porque era uma operação legal, normal, em defesa do desenvolvimento econômico do município".

O deputado atribuiu a denúncia contra ele a uma perseguição política do PSOL, por "interesses na política paroquial alagoana". Chico Alencar reagiu dizendo que a denúncia é do partido, e não da ex-senadora Heloísa Helena (PSOL-AL).

Fonte: G 1



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