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03/07/2010 00:00:00

Tv Tribuna União


Tv Tribuna União

antonio aragão //

 

Em vida, o historiador Jairo Viana contava e escreveu que em 1834, portanto há exatos 176 anos, uma família de fazendeiros portugueses chegou a União dos Palmares e se instalaram as margens do Rio Mundaú onde além de haver construído uma casa, foi erguida uma capelinha e colocada a imagem de Santa Maria Madalena, cujas comemorações pelo calendário religioso são em 12 de julho, portanto, em pleno inverno.

 

Dr. Jairo, de saudosa memória, afirmava com convicção que a festa de Santa Maria Madalena foi transferida para dois de fevereiro por ser época de verão, e sem chuvas onde o povo podia orar e pedir bênçãos em uma capela maior, agora, já erguida onde hoje se encontra a Matriz de Santa Maria Madalena, longe da fúria das águas do Rio Mundaú.

 

O fato em resumo traz a tona uma discussão que se arrasta ao longo dos anos: os moradores ribeirinhos do Mundaú devem ser transferidos para longe do rio assim como foi a Padroeira local que converge mais de 84% de adeptos junto à população, ou devem ser tomadas medidas de contenção contra a fúria da natureza, que aparenta estar revoltada com a ação do próprio homem ?

 

Quem é de União dos Palmares e conhece a história, não pode esquecer o que dizem os mais antigos a respeito de cheia de 1949 que ensejou a construção das dez casas que desabrigou uma pequena comunidade do local conhecido como “Jatobazinho” (onde hoje se localiza a estação captora de água do SAAE). Fala-se que grandes cheias se sucederam em 1958, 1962, a de 1969 e até os dias atuais, isto é, 2010 quando toda comunidade que residia à margem dos rios Mundaú e Canhoto (esta ultima em Rocha Cavalcante) tiveram suas casas destruídas pela fúria da água que chegou a remover troncos enormes e retorcer trilhos. Para cada cheia destas, um núcleo habitacional foi construído pelo governo, mas as casas foram negociadas pelos moradores que sempre retornar para a convivência perigosa com o Rio Mundaú.

 

Os cidadãos consultados por esta editoria são unânimes em afirmar que é chegada à hora do sofrimento de 176 anos e se promover mecanismos para tirar o povo da “beira” do rio e colocá-lo a salvo em lugar seguro. No local das ruas destruídas, surgiriam áreas verdes com plantações de eucaliptos e de bambuzais (o palmarino ilustre Manoel Bernardo conhecido como Professor Maninho ganhou um premio nacional com um trabalho sobre a contenção das encostas do famoso rio através da plantação de bambus).

 

Afora isto corre por trás das enchentes um interesse de especuladores em adquirir casas gratuitas e vende-las menos de um ano depois de doadas (tornou-se uma cultura deste tipo de gente). São pessoas (algumas não todas) que residem nas áreas de risco e na menor ameaça de enchente correm para os abrigos públicos onde passam em média cinco e até seis meses sem a preocupação da feira e ganham casas novas.

 

O assunto é polemico e carece ser discutido em caráter emergencial, pois já existem pessoas que estão buscando ajuda para reconstruir suas casas “no mesmo local onde nasceu, viveram seus pais e avós”...

 

Assista ao vídeo -- http://www.youtube.com/watch?v=2y5VUiW4HnM

 



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