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02/09/2007 00:00:00

Educação


Educação

Terra de belas praias e de uma multidão de desinformados. Lugar que encanta turistas europeus e coleciona analfabetos. Metade de seu povo não sabe ler. A concentração de renda, a mais gritante do Brasil continental, afasta ainda mais o pobre das vantagens do mundo moderno. Por mais que nos últimos anos tenham pipocado lan houses na periferia, é o povo alagoano que menos acessa a internet no País. Mais de 92% passam longe dos computadores.
Os dados estão no Mapa das Desigualdades Digitais, publicado no último dia 7 de agosto, pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana, em parceria com o Instituto Sangari e o Ministério da Educação. Foram consultadas 408 mil pessoas, com idade igual ou superior a 10 anos, em 142 mil residências nos 26 Estados e também no Distrito Federal.

DISCRIMINAÇÃO RACIAL BARRA ACESSO À REDE
O dado mais absurdo aparece quando é levada em consideração a concentração de renda no Brasil e em cada Estado. Para facilitar a pesquisa, os estudiosos trabalharam com dois grupos: os 40% mais pobres e os 10% mais ricos. No País, apenas 0,8% dos mais pobres têm internet em casa. Entre os 99,2% que não têm, só 5,7% a utilizam de locais diversos: escola, trabalho, lan houses. No grupo dos ricos, mais da metade (56,3%) tem conexão em casa. Os que não têm, mas usam a internet, somam 58,7%. É o mesmo dizer que os ricos usam a internet dez vezes mais que os pobres.

Especialista destaca papel da escola
Nas escolas a situação também é dramática. No Brasil, de acordo com o censo educacional de 2006, realizado pelo Ministério da Educação, existem nas escolas do País 659 mil computadores para 56,5 milhões de alunos. A insuficiência se revela na proporção de 1,17 computador para cada 100 alunos.
Santa Catarina é o Estado que apresenta o menor índice de desigualdade de acesso entre pobres e ricos nas escolas de ensino fundamental. Lá 15,9% dos alunos pobres usam a internet na escola, contra 31,4% dos mais ricos.

SEM COMPUTADOR, O JEITO É IR À LAN HOUSE
Certo de que a tecnologia é cada vez mais decisiva na formação dos alunos, o professor Luís Paulo Leopoldo Mercado, da pós-graduação do curso de Educação da Universidade Federal de Alagoas frisa que a informática é uma ferramenta de transformação social.
“A inclusão digital deve ser parte do processo de ensino de forma a promover a educação continuada. Incluir digitalmente não é apenas ‘alfabetizar’ a pessoa em informática, mas também melhorar os quadros sociais a partir do manuseio dos computadores”.

ESCOLAS PÚBLICAS AINDA LONGE DA ERA DIGITAL
A diretora da Escola Estadual Edson Bernardes, onde tem computadores, mas falta laboratório para que possam funcionar, Maria Nazier Dimas, afirma que o processo da construção do prédio que vai abrigar o laboratório está em andamento no Serviço de Engenharia do Estado de Alagoas (Serveal) e sendo acompanhando pelo Ministério Público Estadual. “Meu sonho é ver estes computadores funcionando”. Ela conta que a maioria dos professores tem formação básica em informática. “Mas quando o laboratório estiver instalado, teremos condições de nos aperfeiçoar. Vai ser bom para a escola inteira”.

Iniciativa privada ajuda jovens pobres
De olho nas exigências do mercado e na pouca oferta de profissionais qualificados, as empresas do Distrito Industrial de Maceió resolveram não esperar pelas escolas públicas para incluir os jovens no mundo digital. Arregaçaram as mangas e elas mesmas, por meio da Associação das Indústrias (Adedi) estão oferecendo aulas gratuitas de informática para aqueles que não podem desembolsar em torno de R$ 200 por um curso básico numa instituição particular.

Fonte - Jornal Gazeta de Alagoas



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